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Receita e déficit do INSS são recorde
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar de a arrecadação das
contribuições previdenciárias registrar neste ano o melhor desempenho da história, o déficit da Previdência Social acumulou R$
31,19 bilhões (em valores corrigidos) de janeiro até o mês passado.
O saldo negativo é recorde para
o período e representa um crescimento, acima da inflação, de
14,2% em relação aos 11 primeiros
meses de 2004.
Para este mês, o Ministério da
Previdência espera um déficit de
R$ 8,7 bilhões. O valor é muito superior ao saldo negativo de novembro -que ficou em R$ 3,03
bilhões- porque em dezembro
as contas previdenciárias sofrem
o efeito do pagamento do 13º salário para os aposentados e pensionistas. A Previdência deverá fechar o ano com um déficit de R$
39,3 bilhões, avalia o ministério.
O secretário de Previdência Social, Helmut Schwarzer, afirma
que o resultado da arrecadação de
janeiro a novembro é surpreendente, superando as estimativas
iniciais do governo. "Quando se
falava no início do ano que a arrecadação poderia chegar a R$ 108
bilhões neste ano eu não acreditava. Achava que isso era coisa do
coelhinho da Páscoa, de Papai
Noel", declarou o secretário.
Agora, não só ele acredita ser
possível chegar a R$ 108,3 bilhões
como não descarta a hipótese de
atingir R$ 109 bilhões. Em novembro, a receita das contribuições previdenciárias foi R$ 9,044
bilhões. O valor bruto arrecadado
pela Previdência Social (R$ 9,118
bilhões) é recorde histórico, excluindo-se meses de dezembro (o
efeito do 13º também eleva a arrecadação no período).
Esse bom desempenho das receitas contribuiu para reduzir o
déficit de novembro em 4% na
comparação com outubro deste
ano. Em relação a novembro de
2004, houve, no entanto, aumento
de 16,6%. O secretário avalia que o
aumento da arrecadação no mês
passado foi fruto da retomada da
atividade econômica no início do
último trimestre depois de um período em que a economia encolheu -no terceiro trimestre o PIB
(Produto Interno Bruto) apresentou queda de 1,2% em relação ao
período anterior.
Por conta desse reaquecimento,
Schwarzer afirma que o comportamento do mercado de trabalho
foi mais favorável em outubro, o
que refletiu nas contas da Previdência em novembro. Além disso,
ele cita medidas administrativas
tomadas pela Secretaria de Receita Previdenciária para elevar a arrecadação.
Pelo lado das despesas, ele destaca que não "houve nenhuma explosão" nos gastos em novembro.
Em relação a outubro deste ano,
as despesas cresceram 1,4%. Na
comparação com novembro de
2004, o aumento foi de 12,8%.
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