|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MONTADORAS
Estado cobrirá a diferença entre a inflação e os juros do BNDES
Rio subsidia empréstimo
de US$ 300 mi à Peugeot
CHICO SANTOS
da Sucursal do Rio
O governo do Rio vai subsidiar o
empréstimo de US$ 300 milhões
que o BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) aprovou ontem para o grupo Peugeot Citroën instalar uma
fábrica de automóveis no município de Porto Real (a cerca de 150
km do Rio).
O governo do Estado cobrirá a
diferença entre a inflação anual
medida pelo IGP-M (Índice Geral
de Preços do Mercado) e os juros
cobrados pelo banco para a metade do valor do empréstimo (US$
150 milhões), mas só até o limite da
TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) mais 3,5%.
A TJLP, indexador básico dos
empréstimos do BNDES, varia a
cada três meses e está atualmente
em 9,89%, enquanto o IGP-M acumulou no ano passado variação de
7,74%. O BNDES cobra uma sobretaxa nos seus empréstimos que
pode chegar a 5% ao ano.
O banco não revelou o percentual da sobretaxa do empréstimo
ao grupo Peugeot Citroën.
Considerando a sobretaxa de
3,5%, caso o empréstimo tivesse
sido feito no início de janeiro de
97, o Estado teria arcado com cerca de US$ 9 milhões. Esse valor
equivale a 750 unidades do Peugeot 106 Soleil XT, o carro da marca mais barato no mercado brasileiro (US$ 11.990 por veículo).
Segundo cálculo de um especialista, considerando um prazo de
amortização de dez anos para o
empréstimo e com a manutenção
da estabilidade da economia, o Rio
bancaria para o grupo francês cerca de US$ 50 milhões em juros.
O empréstimo do BNDES foi
aprovado no começo da noite de
ontem. O valor de US$ 300 milhões
levará três anos e meio para ser liberado. Haverá seis meses de carência e sete anos para o pagamento do empréstimo.
Sem contar o subsídio estadual
aos juros, o governo do Rio e o
BNDES financiarão, no conjunto,
67,5% do investimento total da
Peugeot, via empréstimo e participação acionária. Eles entrarão
com US$ 405 milhões, de um total
de US$ 600 milhões.
O Estado do Rio entrará com
US$ 105 milhões para assumir 35%
do capital da empresa, programada para produzir 70 mil automóveis por ano a partir do ano 2000.
O diretor de operações da Codin
(Companhia de Desenvolvimento
Industrial do Estado do Rio de Janeiro), Maurício Chacur, disse que
vale o esforço. A fábrica vai gerar
2.500 empregos diretos e cerca de
10 mil indiretos, devendo atrair 40
outras fábricas para o Estado.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|