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São Paulo, quarta-feira, 22 de janeiro de 2003

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ENERGIA

Valor é de US$ 300 milhões

Duke vai suspender investimentos no país

DA SUCURSAL RIO

A Duke Energy, empresa geradora de eletricidade, aguarda a definição do modelo energético do governo petista para reavaliar os planos de investimento no Brasil. Até lá, disse o vice-presidente da companhia, Paulo Henrique Siqueira Born, os investimentos estão suspensos.
O plano original de investimentos da companhia no Brasil somam US$ 300 milhões, que seriam gastos em três projetos de usinas térmicas -uma em Pederneiras (SP) e duas em parceria com a Petrobras, em Corumbá e Puerto Soares (MS), na fronteira com a Bolívia. A construção das três está suspensa.
Born disse que o governo "está numa encruzilhada" no que se refere ao modelo energético. Há duas opções: reformular o atual ou criar um totalmente novo.
Segundo ele, manter o mesmo desenho é possível desde que passe por um processo de revitalização. Já criar um novo modelo levará muito mais tempo, disse.
Mesmo assim, Born afirmou considerar viável a alternativa de criação de um modelo diferente do atual porque há mais oferta do que demanda de energia. Portanto, há tempo disponível.
A Duke Energy Geração Paranapanema é subsidiária da americana Duke Energy. No Brasil, responde por 5% da produção total de energia do país. Tem oito hidrelétricas ao longo do rio Paranapanema (SP).
Born destacou a necessidade de que haja uma grande discussão em torno do modelo para detalhar as reais necessidades do setor. "É preciso discutir com objetividade", afirmou.
Ele disse que o governo deve priorizar um sistema energético que tenha como foco atrair investimentos, reduzir riscos e melhorar as tarifas. O modelo em vigor, desenvolvido pelo governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, foi definido por Born como "conceitual".
O vice-presidente da companhia participou ontem do seminário "O Modelo Energético em Análise", realizado no Rio pela FGV (Fundação Getúlio Vargas).
O governo tem dado sinais de que prefere um novo modelo. Tanto a ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, quanto o presidente da Eletrobrás, Luiz Pinguelli Rosa, já afirmaram o desejo do governo de encontrar uma nova fórmula, cuja prioridade seja uma tarifa menor para os consumidores.


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