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Menos empréstimo
reduz dívida externa
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A menor procura do setor privado por empréstimos no mercado internacional foi o principal
responsável por uma redução de
US$ 13,5 bilhões na dívida externa
do Brasil ao longo do ano passado. Entre 2003 e 2004, o endividamento caiu de US$ 214,9 bilhões
para US$ 201,4 bilhões, segundo
dados do Banco Central.
A dívida do setor privado se reduziu em US$ 8,5 bilhões nesse
período, graças à queda nas taxas
de rolagem dos compromissos assumidos por empresas brasileiras
no exterior. Em 2004, foram renovadas somente 65% das dívidas
que venceram no período.
Isso significa que muitas empresas preferiram quitar seus
compromissos, em vez de renová-los. Isso pode pressionar a cotação do dólar, já que, para efetuar os pagamentos, é preciso enviar recursos para fora do Brasil.
Mas o movimento tem o efeito
positivo de reduzir a dívida externa. Em tese, quanto menor a dívida externa, menor o gasto com juros e melhores os indicadores de
vulnerabilidade externa do país.
Em dezembro passado, a dívida
externa representava 22,5% do
PIB (Produto Interno Bruto) do
Brasil, a menor proporção já registrada desde 1990. Já os gastos
com juros dessa dívida -que somaram US$ 14,3 bilhões em
2004- equivaliam, nessa data, a
14,8% das exportações do país, no
melhor resultado desde 1973.
Uma melhora nesses indicadores pode ajudar o país a ganhar
confiança de analistas do mercado financeiro, pois, em tese, sinalizam uma maior capacidade do
Brasil em continuar honrando
seus compromissos externos.
Do lado da dívida do setor público, houve, em 2004, uma queda
de US$ 5 bilhões. Essa redução se
deve, principalmente, aos pagamentos ao FMI. De todos os pacotes de ajuda recebidos desde 1998,
o Brasil ainda deve cerca de US$
24,6 bilhões ao FMI. Esse dinheiro
deverá ser devolvido até 2007.
Além da dívida externa, o governo ainda tem de honrar a dívida interna, os empréstimos obtidos dentro do país -em geral,
por meio da emissão de títulos
públicos. Somadas, as dívidas interna e externa do setor público
chegam a R$ 1,3 trilhão (ou 72%
do PIB). O principal indicador fiscal do governo, porém, é a dívida
líquida, que é a dívida bruta descontada dos bens que o governo
possui. Em janeiro, estava em R$
956 milhões (51,5% do PIB), mas
deve ter caído em fevereiro.
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