São Paulo, terça-feira, 22 de março de 2005

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BC dos EUA deve realizar 7ª alta seguida do juro

PEDRO DIAS LEITE
DE NOVA YORK

O Fed (banco central dos EUA) deve elevar hoje a taxa básica de juros da economia em 0,25 ponto percentual, para 2,75% ao ano. Será a sétima alta seguida. Mais importante será o que vai indicar o presidente do banco, Alan Greenspan, sobre o futuro dos juros no país.
Nos últimos meses, o Fed tem indicado uma alta em ritmo "moderado" da taxa de juros. Só que nas últimas semanas o petróleo atingiu preços recordes -ontem ultrapassou os US$ 57-, e outros indicadores levantam temores de que a inflação comece a fugir do controle. O crescimento da economia no primeiro trimestre deve ficar em torno de 4%.
Essa combinação pode levar o Fed a abandonar o termo "moderado" e começar a elevar os juros com mais mais força.
Em editorial ontem, o influente e conservador "Wall Street Journal" afirmou que o presidente do Fed está agindo tardiamente e já deveria ter sinalizado antes um aumento dos juros para controlar a inflação. Agora, pode ter de elevar a taxa além do necessário, prejudicando a economia, para conter o problema.
Quase todos os economistas concordam que os juros devem continuar a subir nos próximos meses. A dúvida dos especialistas e dos mercados financeiros é outra: quando -e como- será feita a mudança no ritmo da taxa norte-americana.
Uma elevação mais brusca dos juros nos EUA pode provocar uma busca dos investidores pelo mercado norte-americano, o que afetaria as economias dos emergentes, como o Brasil.
Como aplicar nos EUA é considerado praticamente sem risco, investidores preferem investir no país que em outros, se a taxa subir mais rapidamente. Qualquer elevação acima de 0,25 ponto percentual hoje pode provocar turbulências no mercado financeiro brasileiro.

Bolsa de NY
À espera do anúncio dos juros hoje e de olho em mais uma alta do petróleo, a Bolsa de Nova York caiu mais uma vez ontem. O índice Dow Jones fechou em queda de 0,34%, com 10.593 pontos.
Com a provável elevação da taxa hoje, os juros nos EUA vão atingir o patamar mais alto desde 11 de setembro de 2001, mas ainda assim mais baixo que antes dos ataques terroristas. Depois do atentado, o Fed derrubou os juros duas vezes em três semanas para estimular a economia, que já estava em recessão. Nos últimos anos, as taxas têm permanecido negativas -abaixo da inflação.


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