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BC dos EUA deve realizar 7ª alta seguida do juro
PEDRO DIAS LEITE
DE NOVA YORK
O Fed (banco central dos
EUA) deve elevar hoje a taxa
básica de juros da economia
em 0,25 ponto percentual, para
2,75% ao ano. Será a sétima alta
seguida. Mais importante será
o que vai indicar o presidente
do banco, Alan Greenspan, sobre o futuro dos juros no país.
Nos últimos meses, o Fed tem
indicado uma alta em ritmo
"moderado" da taxa de juros.
Só que nas últimas semanas o
petróleo atingiu preços recordes -ontem ultrapassou os
US$ 57-, e outros indicadores
levantam temores de que a inflação comece a fugir do controle. O crescimento da economia no primeiro trimestre deve
ficar em torno de 4%.
Essa combinação pode levar
o Fed a abandonar o termo
"moderado" e começar a elevar
os juros com mais mais força.
Em editorial ontem, o influente e conservador "Wall
Street Journal" afirmou que o
presidente do Fed está agindo
tardiamente e já deveria ter sinalizado antes um aumento
dos juros para controlar a inflação. Agora, pode ter de elevar a
taxa além do necessário, prejudicando a economia, para conter o problema.
Quase todos os economistas
concordam que os juros devem
continuar a subir nos próximos
meses. A dúvida dos especialistas e dos mercados financeiros
é outra: quando -e como-
será feita a mudança no ritmo
da taxa norte-americana.
Uma elevação mais brusca
dos juros nos EUA pode provocar uma busca dos investidores
pelo mercado norte-americano, o que afetaria as economias
dos emergentes, como o Brasil.
Como aplicar nos EUA é considerado praticamente sem risco, investidores preferem investir no país que em outros, se
a taxa subir mais rapidamente.
Qualquer elevação acima de
0,25 ponto percentual hoje pode provocar turbulências no
mercado financeiro brasileiro.
Bolsa de NY
À espera do anúncio dos juros hoje e de olho em mais uma
alta do petróleo, a Bolsa de Nova York caiu mais uma vez ontem. O índice Dow Jones fechou em queda de 0,34%, com
10.593 pontos.
Com a provável elevação da
taxa hoje, os juros nos EUA vão
atingir o patamar mais alto
desde 11 de setembro de 2001,
mas ainda assim mais baixo
que antes dos ataques terroristas. Depois do atentado, o Fed
derrubou os juros duas vezes
em três semanas para estimular a economia, que já estava
em recessão. Nos últimos anos,
as taxas têm permanecido negativas -abaixo da inflação.
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