São Paulo, segunda, 22 de março de 1999

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MARKETING
Para escritor, é preciso evitar a crença dominante e buscar nichos de atuação para fugir da crise e ter sucesso
Mudança deve ser estilo de vida, diz Ribeiro

da Reportagem Local

A velocidade das mudanças hoje em dia exige que as pessoas transformem sua maneira de pensar e de agir. Na opinião do médico e escritor Lair Ribeiro, é preciso adotar a mudança como um estilo permanente de vida.
"Se você pensa que vai trabalhar e um dia vai atingir um patamar em que pode ficar tranquilo, está vivendo uma utopia", disse Lair Ribeiro. "O mundo hoje é feito de atribulações e mudanças."
Lair Ribeiro apresentou a palestra "Como sobreviver em um mundo em crise", na quarta-feira passada, no auditório da Folha.
A cada quinzena é feita uma nova apresentação, como parte do ciclo "Arena do Marketing", voltado para questões de publicidade e marketing.
Lair Ribeiro descreveu a crise como um momento de transição entre um modelo antigo e uma nova ordem. "É um período em que ainda se tem resquícios do que existia e o novo ainda não está totalmente estruturado."
O autor do livro "O sucesso não ocorre por acaso" ressaltou que nos momentos de transição é ainda mais importante se antecipar e perceber quais são as tendências dominantes.
"Na crise, o negócio é ver a oportunidade onde ninguém vê", diz Lair Ribeiro. "Nesse mercado caótico em que vivemos, temos que descobrir nichos de atuação."
O caminho é fugir do comportamento geral, tentar buscar alternativas. "Se todo mundo vai entrando na recessão, um quebra o outro. As pessoas que saem dessa crença são as que conseguem sobreviver e ter sucesso apesar da crise."
Segundo o escritor, as maiores fortunas do mundo foram feitas durante a década de 30, quando os Estados Unidos enfrentavam uma grande recessão, decorrente da quebra da Bolsa de Nova York.
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Onda Lair Ribeiro disse que desde o início, a civilização foi marcada por ondas de desenvolvimento econômico, como a da agricultura. No momento, estamos na quinta onda, diz Ribeiro, "da imaginação, da Internet e da realidade virtual".
O volume de informação disponível dobra a cada dois ou três anos, comenta o escritor. A partir de 2000 vai dobrar a cada 20 meses e, em 2010, a cada 80 dias.
"A moeda de hoje é a informação", diz Ribeiro, "mas o produto informação é altamente perecível". Mesmo que uma pessoa aprenda muito, sempre estará desatualizada porque o volume de informação cresce mais rápido do que a capacidade de absorver as novidades.
Para ter sucesso, é preciso se adiantar, perceber quais as novas tendências. "A vantagem competitiva surge de ver uma coisa que os outros não estão vendo." Para aumentar a percepção, diz Ribeiro, é preciso "crer para ver". Não se pode esperar a crise passar, mas buscar alternativas, conclui.



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