RICARDO REGO MONTEIRO
DA SUCURSAL DO RIO

O emprego industrial teve pequeno aumento de 0,3% em março em relação a fevereiro, mas todas as comparações de longo prazo mostram que permanece a tendência de declínio na ocupação e nos salários da indústria, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Na comparação com março de 2001, o emprego industrial teve queda de 1,8%. No acumulado do primeiro trimestre deste ano, caiu 1,9%. O valor total da folha de pagamento ficou estável em relação a fevereiro, mas caiu 3,6% em relação a março do ano passado.
O resultado foi influenciado principalmente pela indústria do Rio de Janeiro, que apresentou o pior desempenho entre as 14 regiões pesquisadas, com queda de 5,8% no pessoal ocupado na comparação com março de 2001. O setor fabril paulista teve o segundo pior desempenho no quesito emprego, com queda de 3,6%.
A indústria de São Paulo teve a maior queda na folha de pagamento em março, com redução de 7,7% em relação ao mesmo mês de 2001. Além do salário, o valor da folha de pagamento, na Pesquisa Mensal de Emprego e Salário do IBGE, leva em conta benefícios como o 13º salário e a contribuição previdenciária.
A indústria fluminense registrou a maior queda no total de horas pagas, de 7,3%, na comparação com março de 2001. Com queda de 5% nas horas pagas, a indústria paulista consolidou-se em março como uma usina de notícias ruins: o IBGE havia anunciado, na sexta-feira, queda de 8% na produção industrial do Estado.
Denise Cordovil, economista do Departamento da Indústria do IBGE, disse que, no Rio, o setor extrativo-mineral, maior responsável pela alta de 6,3% na produção industrial do Estado em março, foi o também principal responsável pela queda do emprego.
Segundo ela, isso aconteceu porque o setor (basicamente produção de petróleo) não utiliza mão-de-obra intensiva.
Em São Paulo, o nível de emprego piorou principalmente por causa das demissões nos setores de máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e máquinas e aparelhos eletrônicos de precisão.



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