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Compra "vai depender do preço", diz Serra
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador de São Paulo,
José Serra, fez questão de ressaltar ontem que "a declaração
de intenção [de compra do banco Nossa Caixa] não significa
negócio fechado".
"É o interesse do Banco do
Brasil de comprar a Nossa Caixa. Isso vai depender do preço.
O preço vai depender da avaliação. O que o governo fez foi autorizar que tenha conversação", explicou o governador,
afirmando que a venda requer
que "se chegue a um entendimento quanto à avaliação, o
que não é fácil".
Serra disse ainda que, "como
a Nossa Caixa participa do Novo Mercado [da Bolsa, que exige mais transparência], é fundamental a informação à sociedade". Daí o fato relevante.
Segundo integrantes da equipe econômica do governo paulista, a negociação -que requer
avaliação do banco- deverá
consumir até um ano.
Serra não quis comentar sobre a expectativa de arrecadação com o negócio, o prazo estimado para a operação nem o
destino dos recursos.
Um dos atrativos para o Banco do Brasil são os depósitos judiciais na carteira da Nossa
Caixa, uma prerrogativa só de
estatais.
A venda dependerá de aprovação de projeto na Assembléia
Legislativa de São Paulo. Mas,
diferentemente do fracasso
processo de privatização da
Cesp -estimado em R$ 7 bilhões e que enfrentou resistência da oposição e dos servidores-, a expectativa no governo
é que a possível venda da Nossa
Caixa para o Banco do Brasil
não sofra tantas restrições pois
não seria privatização.
Além disso, a participação do
governo federal aplacaria a
oposição dos petistas na Assembléia estadual.
Com a venda, o governo do
Estado ficaria sem banco e se limitaria a criar uma agência de
fomento para estimular investimentos no Estado. Parte dos
recursos saídos do negócio alimentaria a própria agência de
desenvolvimento.
Mas o Plano Plurianual deixa
clara a destinação desse dinheiro: investimentos em transportes sobre trilhos, as obras do
Rodoanel, construção de estradas vicinais e ampliação da rede
pública de hospitais.
Em 2006, ano da eleição de
Serra, o governo do Estado estimava arrecadar pelo menos R$
800 milhões com a venda do
volume que excede o controle
acionário do Estado no banco,
cerca de 20% das ações. A venda estava programada para 16
de outubro, logo após a eleição.
Mas Serra pediu que o então
governador, Cláudio Lembo
(DEM), suspendesse-a, sob o
argumento de que, no fim de
governo, as ações poderiam ser
desvalorizadas.
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