São Paulo, sábado, 22 de junho de 2002

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Euro sobe e Bolsas caem com tensão no mercado

DA REDAÇÃO

Na América Latina, os efeitos são mais dramáticos, mas a crise financeira está longe de ser uma exclusividade da região. O capitalismo global passa por um momento de séria incerteza, e a insegurança dos investidores se traduz em uma forte desvalorização das Bolsas, que caíram aos piores níveis desde setembro, e na queda do dólar perante outras moedas dos países ricos.
Na semana que passou, o dólar caiu cerca de 2% diante do euro. Ontem, a moeda adotada por 12 países da União Européia encerrou o dia cotada a US$ 0,969 no mercado de Londres. Trata-se do maior valor de fechamento registrado desde janeiro de 2000.
Em relação ao iene (moeda japonesa), o dólar registra sua pior cotação em sete meses. Nos últimos 30 dias, o dólar caiu 6% em relação a uma cesta de moedas. Na comparação com o pico de janeiro, a queda é de 10%.
O declínio do dólar, que resistiu valorizado mesmo durante as incertezas trazidas pelos ataques de 11 de setembro, começou em fevereiro. Os analistas apontam dois fatores para a depreciação: a fragilidade da atividade econômica dos EUA e a crise de credibilidade das corporações do país.
O câmbio norte-americano oscila livremente. Até o ano passado, os EUA eram um ímã para os investimentos estrangeiros. Como havia uma grande entrada de capitais (no setor produtivo e no mercado acionário), a moeda dos EUA se mantinha valorizada. Agora, a tendência se inverte.
Segundo Tom Pawlicki, analista da corretora Refco, em Chicago, pelo atual padrão de desvalorização da moeda norte-americana, o euro deve chegar a US$ 1 dentro de três ou quatro meses. Não há uma disparada do euro, mas sim ganho constante.
"Virou um efeito "manada'", afirmou Pawlicki. "O euro não consegue subir rapidamente, mas está se valorizando dia após dia."
As Bolsas norte-americanas tiveram a quinta semana seguida de perdas. O índice Dow Jones recuou ontem 1,89% e 2,3% na semana. Já a Nasdaq, de empresas tecnológicas, caiu 1,62% no pregão de ontem e 4,2% na semana.



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