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Promotor diz não ter acesso a processo da Varig
DA REPORTAGEM LOCAL
DA FOLHA ONLINE
O Ministério Público do Estado
do Rio de Janeiro entra hoje com
mandado de segurança contra o
juiz Alexander dos Santos Macedo, da 8ª vara empresarial carioca,
que julgará a recuperação judicial
da Varig, para que o magistrado
dê acesso aos autos do processo
da companhia aérea.
Segundo o Ministério Público, o
juiz não permitiu que um promotor visse o processo. O mandado
de segurança é um tipo de ação judicial utilizada quando alguém
entende que está sendo impedido
de exercer um direito por um ato
ilegal de uma autoridade.
No caso, o Ministério Público
acredita que tem direito a ver o
processo e a tomar ciência de seu
conteúdo. A intenção da entidade
é verificar a lisura do processo.
Especialistas em direito ouvidos
pela Folha consideram estranho
que um juiz negue as "vistas" de
um processo a um promotor de
Justiça, procedimento tido como
rotineiro. O juiz Alexander dos
Santos e o Tribunal de Justiça do
Estado do Rio não se manifestaram sobre o assunto.
Fundação
A Fundação Ruben Berta, controladora da Varig, volta a analisar nesta semana a proposta elaborada pelo presidente do conselho de administração da aérea,
David Zylbersztajn. O principal
ponto é a transferência do usufruto sobre as ações da fundação na
Varig para uma associação denominada "Voa Varig".
Essa associação teria como sócios quatro dos conselheiros da
Varig, inclusive Zylbersztajn. A
proposta não foi bem recebida
pelos curadores da fundação. O
maior opositor da idéia, entretanto, era o curador Ernesto Zanata,
que renunciou anteontem à presidência da fundação.
Zanata foi substituído pelo vice,
Osvaldo Cesar Curi. Na vice-presidência, entrou o curador Adenias Gonçalves Fillho. Já o lugar
de Adenias foi ocupado ontem
por Delfim Costa Almeida, diretor regional da Varig em Brasília.
Mesmo que os curadores aprovem a proposta, ela terá de passar
pelo colégio deliberante (que é
formado por cerca de 160 funcionários da Varig e é a instância máxima da fundação), e, depois disso, receber o sinal verde da Procuradoria de Fundações do Ministério Público do Rio Grande do Sul.
Como foi feito o pedido de recuperação, o negócio também precisará do aval da assembléia de todos os credores da companhia. A
transferência do controle pode ser
um dos pontos do plano que a
empresa terá de apresentar à Justiça para efetivar o processo de recuperação, que substituiu a concordata na nova Lei de Falências.
Graziella Baggio, presidente do
Sindicato Nacional dos Aeronautas, diz que a opção de usar a nova
lei pode afastar, além da TAP, os
demais interessados na Varig. A
sindicalista disse ter ouvido do
empresário Nelson Tanure ("Gazeta Mercantil" e "Jornal do Brasil"), com quem se reuniu, que ele
desistiu de investir na Varig após
o pedido de recuperação judicial.
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