|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Estado de SP fica com peso menor no setor
DA SUCURSAL DO RIO
Divulgada ontem, a Pesquisa
Industrial Anual do IBGE confirma a continuidade do processo de
desconcentração regional da indústria no Brasil. O peso da indústria paulista caiu de 46,4% de
2000 para 42,5% 2003. São Paulo,
porém, ainda está bem à frente do
segundo colocado -Minas Gerais, com 10%.
Em contrapartida ao desempenho de São Paulo, ganharam espaço na estrutura industrial do
país Rio de Janeiro (por causa do
petróleo), Paraná, Bahia, Amazonas, Goiás e Pará.
De acordo com especialistas, a
abertura de novas plantas e a migração de fábricas para outros Estados -muitas vezes em troca de
benefícios fiscais- e a expansão
do agronegócio levam a esse processo. São exemplos a instalação
de pólos automobilísticos no Rio
Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraná e Bahia.
Apesar da migração da indústria para outros centros, a pesquisa mostra uma forte concentração
de investimentos, PIB, faturamento e massa de salários nas
empresas de maior porte.
As firmas com mais de 500 empregados representam 67,2% do
PIB e 74,8% dos investimentos.
Elas respondem, porém, por uma
parcela menor dos empregos:
39%.
Investimentos
Sob impacto do menor dinamismo da categoria de bens de capital (máquinas e equipamentos),
a taxa de investimentos do setor
industrial caiu em 2003, atingindo
o segundo menor nível da série
histórica do IBGE.
Relação entre o valor total de investimentos e o PIB do setor, a taxa cedeu de 15,9% em 2002 para
15,2% em 2003. Somente em 2000
havia sido registrada uma marca
menor -14,5%.
Boa parte dessa retração, segundo o IBGE, pode ser explicada pela forte queda nas vendas de bens
de capital, que recuaram 20% de
2002 para 2003.
Como pano de fundo, aparece a
situação econômica do país naquele ano: os juros batendo no pico de 26,5% pós-crise eleitoral
derrubaram o nível de atividade e,
conseqüentemente, as encomendas de máquinas e equipamentos.
Somente em momentos nos
quais está capitalizado e com
bons lucros é que o empresário
investe em renovação de suas linhas de produção, dizem economistas. O cenário de 2003 não
permitia isso.
Com a redução nas vendas, a categoria de bens de capital perdeu
peso na estrutura da indústria
-de 9,3% para 7,4%. Só cresceram, em 2003, os setores ligados
ao agronegócio e às exportações,
que estão prioritariamente agrupados em bens intermediários.
De 2002 para 2003, a categoria elevou seu peso de 54,9% para
58,8%.
Em 2004, porém, os dados disponíveis revelam uma mudança.
Foram justamente os bens de capitais que lideraram a produção
da indústria. No começo de 2005,
já houve uma nova inversão, com
queda na fabricação de bens de
capital.
Texto Anterior: Produção: Indústria perde corrida tecnológica, diz IBGE Próximo Texto: Só 3 dos itens mais vendidos eram de consumo pessoal Índice
|