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Gás de cozinha acumula alta de 472% nos 8 anos
DA SUCURSAL DO RIO
Além de ter acumulado o
maior reajuste do Real, a velocidade dos aumentos do gás de
cozinha não diminuiu nos últimos anos, ao contrário dos demais preços administrados.
Mais: as altas do produto se intensificaram e ficaram bem acima das da gasolina, que, como
o gás, acompanha as oscilações
do dólar e do petróleo.
Somente neste ano o gás subiu 32,41% (de janeiro a junho)
e já compromete 12,56% do valor do salário mínimo, de R$
200. Em 1994, seu peso era bem
inferior: 5,69%.
O preço médio do produto,
em São Paulo, era de R$ 25,12
em junho (isso sem contar o último aumento de 6,2%). No
ano do lançamento da nova
moeda, o gás custava R$ 3,98. A
alta acumulada é de 472,16%.
Com a pressão do câmbio e a
instabilidade do petróleo no
exterior, o GLP (nome técnico
do gás) deve ter, em 2002, a
maior correção dos oito anos
do Real. O reajuste deste ano só
é superado pelos de 1999
(44,48%) e de 1998 (32,81%).
Para a economista Eulina
Nunes dos Santos, do IBGE, a
alta deste ano tem um único
motivo: a eliminação total do
subsídio do governo.
Vulnerabilidade externa
O economista Luís Suzigan,
da LCA, afirma que a raiz do
problema é a vulnerabilidade
externa do país (dívida elevada
e saldo comercial pequeno).
"Isso acaba elevando o câmbio,
que é a principal fonte dos aumentos do gás. É o que o novo
governo deve atacar."
Wilson Ramião, do Lloyds,
discorda. Ele diz que o próximo
presidente deve retomar o controle de preço para os derivados para segurar a inflação.
Até dezembro do ano passado, antes da abertura dos derivados de petróleo às importações, o preço final do GLP era
subsidiado em R$ 7 por botijão
-o valor médio à época era de
R$ 20. Sem o mecanismo, o gás
sofreu alta de 25% nas refinarias em 1º de janeiro, apesar da
queda na cotação do petróleo.
(PS)
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