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AMÉRICAS
Assunto é tema de palestra
Integração tem "eixo" no continente, diz BNDES
CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO
Na concepção do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social), o eixo Brasília-Buenos Aires-Caracas é a base
de sustentação do projeto de integração sul-americana que se tornou uma das prioridades da política externa do governo brasileiro.
O assunto foi tema de palestra
interna do vice-presidente do
banco, Darc Costa, na semana
passada. Costa falou para cerca de
200 empregados do BNDES com
o objetivo de conscientizá-los sobre a importância da iniciativa.
O BNDES tem do lado brasileiro
a incumbência de gerir, do ponto
de vista econômico-financeiro, o
esforço de integração. Segundo
Costa, a integração não é uma iniciativa brasileira de caráter hegemônico, mas uma tentativa de
criar na América do Sul um pólo
capaz de se contrapor à hegemonia dos EUA no continente americano, sem apresentar uma postura de confrontação.
A concentração dos esforços no
eixo Brasília-Buenos Aires-Caracas tem razões econômicas e políticas. Além de serem as três maiores economias sul-americanas, os
três países têm hoje governos
mais afinados entre si em relação
a objetivos de política externa.
Na palestra, Costa enfatizou a
importância para o projeto de integração da vitória de Néstor
Kirchner na eleição presidencial
argentina deste ano. Kirchner teria reforçado a tendência de resistir à hegemonia norte-americana
que já estava manifesta nos discursos de Lula, no Brasil, e de Hugo Chávez, na Venezuela.
Na semana que antecedeu a
eleição, o governo brasileiro mandou ao país vizinho uma delegação, chefiada por Costa, para negociar a liberação de uma linha de
crédito de US$ 1 bilhão para financiar o comércio bilateral, incluindo exportações argentinas
para o Brasil.
A linha para a Argentina ainda
está em negociação, mas a Venezuela já obteve o crédito, dando
como garantias recebíveis de exportações de petróleo.
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