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São Paulo, terça-feira, 22 de julho de 2003

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AMÉRICAS

Assunto é tema de palestra

Integração tem "eixo" no continente, diz BNDES

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

Na concepção do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o eixo Brasília-Buenos Aires-Caracas é a base de sustentação do projeto de integração sul-americana que se tornou uma das prioridades da política externa do governo brasileiro.
O assunto foi tema de palestra interna do vice-presidente do banco, Darc Costa, na semana passada. Costa falou para cerca de 200 empregados do BNDES com o objetivo de conscientizá-los sobre a importância da iniciativa.
O BNDES tem do lado brasileiro a incumbência de gerir, do ponto de vista econômico-financeiro, o esforço de integração. Segundo Costa, a integração não é uma iniciativa brasileira de caráter hegemônico, mas uma tentativa de criar na América do Sul um pólo capaz de se contrapor à hegemonia dos EUA no continente americano, sem apresentar uma postura de confrontação.
A concentração dos esforços no eixo Brasília-Buenos Aires-Caracas tem razões econômicas e políticas. Além de serem as três maiores economias sul-americanas, os três países têm hoje governos mais afinados entre si em relação a objetivos de política externa.
Na palestra, Costa enfatizou a importância para o projeto de integração da vitória de Néstor Kirchner na eleição presidencial argentina deste ano. Kirchner teria reforçado a tendência de resistir à hegemonia norte-americana que já estava manifesta nos discursos de Lula, no Brasil, e de Hugo Chávez, na Venezuela.
Na semana que antecedeu a eleição, o governo brasileiro mandou ao país vizinho uma delegação, chefiada por Costa, para negociar a liberação de uma linha de crédito de US$ 1 bilhão para financiar o comércio bilateral, incluindo exportações argentinas para o Brasil.
A linha para a Argentina ainda está em negociação, mas a Venezuela já obteve o crédito, dando como garantias recebíveis de exportações de petróleo.


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