da Sucursal de Brasília

O presidente da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), Renato Guerreiro, disse ontem que pediu explicações ao grupo paranaense Inepar sobre a venda ao Banco Opportunity das ações da Telemar que detém.
Por se tratar de mudança acionária de uma operadora de telefonia criada após a privatização da Telebrás, a operação precisa da aprovação da Anatel. Pela legislação, a estrutura societária das telefônicas deve ser mantida por pelo menos cinco anos.
A Telemar explora a telefonia fixa em 16 Estados, entre eles Rio e Minas Gerais. A empresa e o Banco Opportunity tiveram papel central na polêmica que envolveu a privatização da Telebrás.
Por meio de um grampo no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), descobriu-se que o governo procurou favorecer o consórcio liderado pelo Opportunity na disputa com a Telemar pela Tele Norte Leste (uma das 12 empresas em que foi dividida a Telebrás para a privatização).
Com apoio da Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, o Opportunity deveria arrematar a empresa. No entanto, o consórcio acabou sendo o vencedor do leilão da Tele Centro Sul, o que o inabilitou para a disputa da Tele Norte Leste -que acabou com a Telemar.
Menos de um ano depois da privatização da Telebrás, a Inepar anunciou no último dia 12 a estratégia pela qual pretende passar de forma indireta sua participação na Telemar, 10,17% do capital da empresa, ao Opportunity.
A Inepar criou uma nova empresa, chamada Inepar Investimentos em Telecomunicações, que ficará com sua participação na Telemar. Uma empresa do grupo Opportunity controlará a nova empresa da Inepar.
Essa nova empresa lançará debêntures conversíveis (títulos privados que podem ser transformados em ações por seus compradores) no valor de R$ 546 milhões. O Opportunity poderá comprar essas debêntures.
Guerreiro também informou ontem que pretende adotar um procedimento simplificado para a venda da licença da empresa que será a concorrente da Tele Centro Sul (telefonia fixa).


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