SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, anunciou ontem que o Tesouro Nacional vai passar a emitir em setembro títulos públicos indexados ao IPCA.
"É uma prova de que apostamos em índices inflacionários mais baixos no futuro", disse. O IPCA é utilizado pelo governo no sistema de metas inflacionárias. Para 2004, a meta é de 5,5%.
Segundo Levy, os grandes compradores desses títulos deverão ser os fundos de pensão, que têm obrigações corrigidas pelo IPCA. O objetivo do governo é substituir os títulos corrigidos pela taxa básica de juros por títulos indexados a índices de preços.
O governo finalmente começou a gastar os recursos previstos no Orçamento, depois de vários ministérios terem sido criticados por demora na execução de projetos. A despesa total do governo no mês passado foi de R$ 23,8 bilhões, um aumento de 19% em relação a junho.
Levy disse ontem, no entanto, que não deverão ser liberados mais recursos além do que já está previsto, inclusive para as obras emergenciais na área de Transportes. "O ministro [Anderson Adauto] está conseguindo produzir com os recursos disponíveis, inclusive grandes obras serão concluídas até o final do ano."
Teoricamente, com a redução da taxa básica da economia realizada anteontem pelo Banco Central, em 2,5 pontos percentuais, o governo teria mais recursos para gastar, pois desembolsará menos dinheiro com os juros da dívida pública. Levy disse que a diminuição das despesas com a dívida já estava prevista pelo governo.
"Não sabemos o mês em que as reduções nas taxas vão ocorrer, mas elas já estão incluídas nas contas feitas", disse.
Segundo o secretário, a economia do governo com o pagamento dos juros da dívida -por causa da redução da taxa básica de juros- será de R$ 18 bilhões até dezembro de 2004, caso a taxa permaneça em 22% ao ano. Como a tendência é de queda, essa economia vai aumentar.


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