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Dólar vai a R$ 2,21, e risco-país sobe 7%
Temores de desaceleração nos EUA e sobre governabilidade no Brasil em 2007 afetam mercado; Bolsa de SP recua 1%
Ativos de países emergentes têm queda generalizada;
banco central americano
vê desaquecimento da
economia acima do desejado
Mauricio Lima/France Presse
![](../images/b2209200601.jpg) |
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Operadores no pregão da Bolsa de Mercadorias & Futuros; dólar tem alta de 1,47% e atinge maior valor em mais de dois meses
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Bolsa de Valores de São
Paulo até que tentou, mas não
conseguiu se recuperar ontem.
Com o cenário externo mais
adverso e o desconforto causado pelo último escândalo envolvendo o partido do presidente Lula, a Bolsa terminou o
pregão com perdas de 1,04%.
A queda de ontem levou o
Ibovespa, principal índice da
Bolsa, a seu mais baixo nível
desde o fim de junho.
Desde sexta-feira, quando
eclodiu o escândalo da compra
do dossiê contra os tucanos José Serra e Geraldo Alckmin, a
Bovespa acumula desvalorização de 3,70%.
Analistas afirmam que a
principal preocupação dos investidores é em relação à governabilidade a partir de 2007.
O dólar teve importante valorização de 1,47% ontem e foi a
R$ 2,21 -maior valor em pouco
mais de dois meses.
"A alta do dólar nos últimos
dois dias reflete o desconforto
do mercado em relação à cena
político-eleitoral", diz Jorge
Knauer, gerente de câmbio do
banco Prosper. Knauer diz que
um ponto importante que a
atual crise levanta é o de como
será o governo a partir do próximo ano. "O investidor está
vislumbrando maiores dificuldades para governar em 2007",
afirma Knauer.
Nos Estados Unidos, a notícia desanimadora foi dada pelo
braço do Fed (o banco central
americano) de Filadélfia, que
informou que seu índice de atividade empresarial ficou negativo neste mês, apontando desaquecimento econômico acima do desejado.
O índice Dow Jones caiu
0,69%, e o Nasdaq, 0,67%.
Ontem, o risco-país dos
emergentes subiu de forma generalizada. A crise de alguns
"hedge funds", com recentes
perdas estimadas em alguns bilhões de dólares, tem elevado a
aversão ao risco.
Erro
Em outras palavras, grandes
investidores começaram a vender de forma mais agressiva ativos de emergentes. Além disso,
a preocupação com o fato de o
Fed poder ter errado a mão, ao
elevar os juros demais e desaquecer em demasia a maior
economia do mundo, tem sido
mal digerida.
O risco brasileiro saltou
7,02%, a 244 pontos. O mexicano subiu 7,83% (124 pontos), o
argentino, 7,14% (a 360 pontos). Fora da América Latina,
destaque para as altas do risco
da Rússia (+5,50%, a 115 pontos) e da Turquia (+5,58%, a
246 pontos). As crises políticas
na Hungria e na Tailândia
-que sofreu um golpe militar-
têm colaborado para deixar os
investidores mais cautelosos
em relação aos emergentes.
Na Bolsa brasileira, os estrangeiros venderam forte volume de ações nos últimos dias,
segundo operadores.
Os contratos de juros futuros
de prazos de mais longos tiveram alta forte na BM&F. O movimento indica preocupação
maior com o futuro. No contrato DI que vence daqui a dois
anos, a taxa pulou de 13,85%
para 14,07%. No contrato com
resgate no fim de 2007, a taxa
foi de 13,72% para 13,86%.
Diante do cenário menos favorável e da pressão dos investidores para conseguir taxas
mais elevadas, o Tesouro vendeu apenas metade dos títulos
que ofertou em leilão ontem.
O BC vai realizar hoje leilão
de "swap cambial reverso", que
tem o efeito de compras de dólares no mercado futuro, o que
pode pressionar a cotação da
moeda estrangeira.
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