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COMPASSO DE ESPERA
Varejo faz estoques iguais aos de 2002, mostra pesquisa
40% das lojas não fecharam encomendas para o Natal
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Dados apresentados ontem pela
Fecomercio SP mostram que
40,1% dos comerciantes ainda
não fecharam todos os pedidos de
mercadorias para as vendas no final de ano. E entre os quase 60%
que já finalizaram, a grande parte
(53,8%) manteve o mesmo patamar de compras do ano passado.
Pelo levantamento, as vendas na
primeira quinzena de novembro
foram 3% inferiores às do ano
passado. Isso teria sido, na visão
de economistas da entidade, a razão para que 40% das lojas não tivessem fechado ainda os pedidos
para o Natal. Foram ouvidas 250
empresas do setor em São Paulo.
É natural que o varejo não tenha
batido o martelo em relação a todas as compras. Há vendas que
ocorrem da indústria para o varejo até as vésperas do Natal. A negociação se arrasta porque as lojas
ainda aguardam a entrada do mês
de dezembro -quando já é possível analisar o nível de demanda- para então reconfirmar certas encomendas.
Não é só isso: a pesquisa da entidade foi realizada nas primeiras
semanas de novembro -período
em que a grande parte dos negócios ainda não foi fechado.
Supermercados e lojas de eletroeletrônicos tendem a confirmar o volume de suas encomendas nos últimos cinco dias do
mês. Isso ocorre por uma razão. A
indústria precisa fechar o balanço
de vendas do mês, e, obviamente,
com resultados positivos.
Quanto mais o comércio demora a dar sinal verde para os fabricantes, maior é o poder de barganha da loja. Ela insiste nos descontos ao fabricante -que, por
sua vez, precisa atingir sua meta
de venda.
Portanto, há uma tendência de
que as negociações comecem a ser
fechadas a partir dessa semana,
quando o mês entra em sua quarta semana. A pesquisa foi realizada antes disso.
Em outubro, levantamento da
Folha com indústrias de eletrônicos e eletroportáteis, fabricantes
de brinquedos, operadoras de telefonia celular mostrava que as
encomendas já feitas para o Natal
estavam no mesmo patamar ou
até 20% acima das de 2002.
No mês passado, alguns setores
do comércio se anteciparam e já
haviam reconfirmado parte dos
pedidos. É o caso de eletrônicos,
que dependem da disponibilidade de insumos (componentes)
para que a indústria faça a entrega. Temendo não encontrar mercadorias no final do ano, essa indústria se antecipou e fechou os
pedidos em outubro.
Os dados confirmam, em parte,
esse movimento. Para 32,9% dos
comerciantes, os pedidos de mercadorias para o Natal estão superiores aos do ano passado. Apenas 13,17% contrataram um volume menor e 53,8% encomendaram a mesma quantidade.
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