UOL


São Paulo, sábado, 22 de novembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

COMPASSO DE ESPERA

Varejo faz estoques iguais aos de 2002, mostra pesquisa

40% das lojas não fecharam encomendas para o Natal

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Dados apresentados ontem pela Fecomercio SP mostram que 40,1% dos comerciantes ainda não fecharam todos os pedidos de mercadorias para as vendas no final de ano. E entre os quase 60% que já finalizaram, a grande parte (53,8%) manteve o mesmo patamar de compras do ano passado.
Pelo levantamento, as vendas na primeira quinzena de novembro foram 3% inferiores às do ano passado. Isso teria sido, na visão de economistas da entidade, a razão para que 40% das lojas não tivessem fechado ainda os pedidos para o Natal. Foram ouvidas 250 empresas do setor em São Paulo.
É natural que o varejo não tenha batido o martelo em relação a todas as compras. Há vendas que ocorrem da indústria para o varejo até as vésperas do Natal. A negociação se arrasta porque as lojas ainda aguardam a entrada do mês de dezembro -quando já é possível analisar o nível de demanda- para então reconfirmar certas encomendas.
Não é só isso: a pesquisa da entidade foi realizada nas primeiras semanas de novembro -período em que a grande parte dos negócios ainda não foi fechado.
Supermercados e lojas de eletroeletrônicos tendem a confirmar o volume de suas encomendas nos últimos cinco dias do mês. Isso ocorre por uma razão. A indústria precisa fechar o balanço de vendas do mês, e, obviamente, com resultados positivos.
Quanto mais o comércio demora a dar sinal verde para os fabricantes, maior é o poder de barganha da loja. Ela insiste nos descontos ao fabricante -que, por sua vez, precisa atingir sua meta de venda.
Portanto, há uma tendência de que as negociações comecem a ser fechadas a partir dessa semana, quando o mês entra em sua quarta semana. A pesquisa foi realizada antes disso.
Em outubro, levantamento da Folha com indústrias de eletrônicos e eletroportáteis, fabricantes de brinquedos, operadoras de telefonia celular mostrava que as encomendas já feitas para o Natal estavam no mesmo patamar ou até 20% acima das de 2002.
No mês passado, alguns setores do comércio se anteciparam e já haviam reconfirmado parte dos pedidos. É o caso de eletrônicos, que dependem da disponibilidade de insumos (componentes) para que a indústria faça a entrega. Temendo não encontrar mercadorias no final do ano, essa indústria se antecipou e fechou os pedidos em outubro.
Os dados confirmam, em parte, esse movimento. Para 32,9% dos comerciantes, os pedidos de mercadorias para o Natal estão superiores aos do ano passado. Apenas 13,17% contrataram um volume menor e 53,8% encomendaram a mesma quantidade.


Texto Anterior: Memória: Projeto Aloysio Biondi promove evento em SP
Próximo Texto: Reunião de Miami: Governo quer definir logo oferta para Alca
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.