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Câmbio ajudou a derrubar a inflação
da Sucursal de Brasília
Até 94, a taxa de câmbio quase só
interessava a banqueiros, exportadores e gente que queria viajar ao
exterior. Hoje, ela afeta toda a política econômica do governo e, consequentemente, a vida de todos.
Para começar, a inflação foi controlada graças ao câmbio. Quando,
em julho de 94, o governo deixou
de corrigir a taxa de acordo com a
inflação, as importações ficaram
mais baratas. Para competir com
os importados, os empresários
brasileiros pararam de subir seus
preços.
O poder aquisitivo em dólar da
população cresceu. Brasileiros
passaram a comprar mais produtos estrangeiros e a gastar mais em
viagens ao exterior. Logo de início,
a sensação de riqueza estimulou o
consumo e os investimentos, fazendo a economia crescer.
Os problemas começaram quando ficou claro que o país corria o
risco de perder suas reservas em
moeda estrangeira, fundamentais
para pagar a dívida externa, as importações e manter de pé o Plano
Real.
Para evitar a perda de dólares, o
governo elevou os juros com objetivo de atrair investidores externos
e começou uma política de desvalorização do real, até aqui sem os
resultados desejados.
Com juros altos, caem o consumo e o investimento, e a economia
cresce menos ou até encolhe. Com
crescimento insatisfatório e importados tomando o lugar de produtos brasileiros, o resultado é o
aumento do desemprego.
Os juros altos fazem a dívida do
governo disparar. Para conseguir
dinheiro e pagar suas dívidas, o governo é obrigado a sacrificar gastos com saúde e educação.
Não há uma receita pronta e sem
riscos para sair da armadilha da
política cambial. Uma desvalorização repentina do real poderia trazer de volta a inflação. A saída proposta pelo governo é reduzir o déficit público e desvalorizar o real
aos poucos.
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