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São Paulo, segunda-feira, 22 de dezembro de 2003

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DANÇA DOS NÚMEROS

Entidades comerciais prevêem resultados díspares entre as regiões do país para as vendas de fim de ano

Natal deve ser ruim no Norte e bom no Sul

Ayrton Vignola/Folha Imagem
Rua 25 de Março, de comércio popular, lotada de compradores


DA AGÊNCIA FOLHA

Entidades de comerciantes dos Estados das regiões Norte e Nordeste prevêem queda nas vendas do Natal deste ano em comparação com 2002. Nas capitais das regiões Sul e Sudeste, no entanto, a expectativa é positiva.
Associações comerciais de São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte e pesquisas feitas na região metropolitana de Curitiba e no Estado de Santa Catarina registram aumento nas vendas. Já em Salvador, Recife e Manaus, a expectativa é negativa.
Segundo dados da Associação Comercial de São Paulo, as consultas ao Sistema de Proteção ao Crédito, indicador de vendas do setor, tiveram aumento de 10,6% na primeira quinzena deste mês em relação ao mesmo período de 2002. O presidente da ACSP, Guilherme Afif Domingos, atribui o desempenho à possibilidade do crediário com juros mais baixos e prazos maiores.
Em Santa Catarina, segundo a Federação do Comércio, na primeira quinzena de dezembro as vendas aumentaram 8% em relação a 2002. Para o coordenador do Núcleo de Pesquisa do órgão, Roberto Cardoso, 44, a segunda parcela do 13º salário pode melhorar ainda mais as vendas.
A perspectiva em Porto Alegre (RS), segundo o Sindilojas (Sindicato dos Lojistas), é de um aumento entre 5% e 6% nas vendas de Natal. ""A previsão de aumento se deve à demanda reprimida. Há um clima de viés virtuoso com a redução na taxa de juros", afirmou o presidente do Sindilojas, José Alceu Marconato.
O comércio da região metropolitana de Curitiba vendeu 4,3% a mais nos primeiros 17 dias de dezembro em relação ao mesmo período de 2002, segundo a Associação Comercial do Paraná. A expectativa é que o crescimento das vendas chegue a 6% no mês.
Para o presidente da ACPR, Marcos Domakoski, o bom desempenho do setor agrícola e das exportações, aliado à desoneração tributária neste ano no Estado, possibilitaram o aumento.
A Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte registrou na primeira quinzena deste mês aumento de 7% nas consultas ao SPC. Para o gerente de pesquisas da CDL-BH, Fernando Sasso, o crescimento se explica pela demanda reprimida no primeiro semestre, condições de pagamento facilitadas, além do efeito psicológico positivo da queda nos juros.
Na Bahia, no entanto, segundo o presidente da Federação do Comércio, Carlos Fernando Amaral, nos primeiros 15 dias de dezembro houve queda de 5% em relação a 2002. Para Amaral, com a injeção da segunda parcela do 13º salário, é possível que haja um pequeno aumento nas vendas.
Em Pernambuco, segundo a Associação Comercial local, o consumidor está comprando neste Natal produtos que ficaram nas prateleiras nos outros 11 meses do ano, quando as vendas tiveram queda de 10% sobre 2002. A expectativa, porém, é que a melhora nas vendas de dezembro não recupere a perda acumulada.
Segundo Celso Muniz, presidente da Associação Comercial do Estado, as vendas de dezembro aumentaram 10% em relação aos meses anteriores, mas ainda estão menores do que no ano passado.
Para o presidente da Acam (Associação Comercial do Amazonas), José de Moura Teixeira Lopes, os comerciantes de Manaus estão "esperançosos e otimistas" apesar das vendas ainda não terem aquecido. Para Lopes, apesar da queda na taxa básica, "o sistema bancário continua com os juros lá em cima". (JOSÉ EDUARDO RONDON, THIAGO GUIMARÃES, LÉO GERCHMANN E SÍLVIA FREIRE)


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