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São Paulo, quinta-feira, 23 de janeiro de 2003

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Decisão só ajuda instituições, diz professor da USP

SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL

O aumento da taxa básica de juro, a Selic, definido ontem pelo Copom, selou a manutenção da política econômica do governo Fernando Henrique Cardoso pelo governo petista, na opinião do economista Alberto Borges Matias, professor da Universidade de São Paulo.
"Não faz sentido essa decisão do Copom. Aumento de juros só serve para dar sustentação aos lucros dos bancos", diz o economista.
"A teoria econômica que norteava o antigo governo se baseia na concepção dos mercados perfeitos, que, sob o impacto do aumento dos juros, reagiriam com a redução da demanda e com o recuo dos preços", diz. "Isso é um engano, não funciona nem nos EUA, que dirá aqui."
Segundo Matias, "não existe correlação entre juros e inflação; é um engano que permeia esse tipo de decisão [aumento da Selic" e que atende muito bem aos interesses do mercado financeiro". Esse tipo de equívoco, diz, pode dificultar a administração da dívida pública.
O economista vê, entretanto, uma coerência entre a elevação da Selic e o ajuste da meta de inflação para 8,5% ao ano, feita na terça-feira pelo governo. "Juntas, elas [as decisões" sinalizam um possível aumento da emissão de moeda neste ano."


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