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Decisão só ajuda
instituições, diz professor da USP
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
O aumento da taxa básica de
juro, a Selic, definido ontem
pelo Copom, selou a manutenção da política econômica do
governo Fernando Henrique
Cardoso pelo governo petista,
na opinião do economista Alberto Borges Matias, professor
da Universidade de São Paulo.
"Não faz sentido essa decisão
do Copom. Aumento de juros
só serve para dar sustentação
aos lucros dos bancos", diz o
economista.
"A teoria econômica que
norteava o antigo governo se
baseia na concepção dos mercados perfeitos, que, sob o impacto do aumento dos juros,
reagiriam com a redução da
demanda e com o recuo dos
preços", diz. "Isso é um engano, não funciona nem nos
EUA, que dirá aqui."
Segundo Matias, "não existe
correlação entre juros e inflação; é um engano que permeia
esse tipo de decisão [aumento
da Selic" e que atende muito
bem aos interesses do mercado
financeiro". Esse tipo de equívoco, diz, pode dificultar a administração da dívida pública.
O economista vê, entretanto,
uma coerência entre a elevação
da Selic e o ajuste da meta de
inflação para 8,5% ao ano, feita
na terça-feira pelo governo.
"Juntas, elas [as decisões" sinalizam um possível aumento da
emissão de moeda neste ano."
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