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Taxa para consumidor pode ir a 325% ao ano
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
A taxa mensal de juro cobrada
no crédito pessoal deve sofrer um
aumento médio de 0,36% caso a
elevação da taxa Selic seja totalmente repassada pelas instituições financeiras e pelo comércio
às suas linhas de financiamento.
A projeção foi feita pela Anefac
(Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração
e Contabilidade).
O repasse do aumento da Selic
levaria as taxas cobradas nas linhas de empréstimo pessoal nas
financeiras -crédito tomado
principalmente pelos consumidores de menor renda- a
325,24% ao ano, segundo os cálculos da Anefac.
Já os juros mensais das linhas de
crédito para empresas -capital
de giro, desconto de duplicatas,
de cheques e conta garantida-
aumentarão em média 0,64%.
Além do impacto no custo do dinheiro, a alta da Selic "vai provocar uma maior seletividade na
concessão de crédito e restrição
dos bancos nessas operações", diz
Miguel Oliveira, vice-presidente
da Anefac.
Comparado ao efeito do último
aumento da Selic, quando a taxa
básica saltou de 22% para 25% ao
ano, o impacto da decisão de ontem será pequeno.
Em dezembro, o repasse do aumento da Selic nos juros mensais
pagos por pessoas físicas foi de
2,5%, segundo a Anefac. Para pessoas jurídicas o impacto foi, então, um aumento de 4,47% na taxa média mensal.
Oliveira diz não acreditar em repasse integral do aumento da Selic às taxas praticadas por bancos
e financeiras. "Os bancos se anteciparam em novembro e dezembro, elevando seus juros acima da
alta da Selic", diz ele. "As lojas não
deverão fazer alterações em suas
taxas, que já estão muito altas",
acrescenta.
Segundo Oliveira, em dezembro
o juro no crediário caiu, puxado
pelo recuo nas taxas cobradas no
financiamento de veículos. Também caíram as taxas praticadas
nos empréstimos por financeiras
e bancos. Mas os juros do cheque
especial e do cartão de crédito subiram.
Segundo os cálculos da Anefac,
a linha de crédito para pessoa física que poderá ser mais afetada pela atual alta da Selic é o CDC (crédito Direto ao Consumidor) dos
bancos.
A entidade projeta uma alta de
0,66% no juro mensal dessa linha,
caso os bancos repassem integralmente o aumento da Selic. No entanto, essa é a linha de crédito
mais barata, ainda, do mercado:
está em 70,96% ao ano. Com o aumento da Selic, chegaria a 71,55%.
As taxas mais altas são de empréstimo pessoal em financeiras.
Antes do aumento da Selic, o juro
médio anual era de 323,88% ao
ano. "Mas há financeiras em que
essas taxas chegam a atingir 600%
ao ano", diz Oliveira.
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