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SOBE E DESCE
Mercado recebe bem alta dos juros, e moeda diminui valorização
Dólar sobe menos com decisão do BC
GEORGIA CARAPETKOV
DA REPORTAGEM LOCAL
A elevação da Selic (taxa básica
de juros) em meio ponto percentual foi bem recebida no mercado
de câmbio. Apesar de o dólar ter
fechado cotado a R$ 3,515, com alta de 0,86%, a moeda norte-americana chegou a subir 1,78% na
máxima do dia, antes do anúncio
feito pelo Copom (Conselho de
Política Monetária do Banco Central). Essa foi a quarta valorização
consecutiva da moeda, que, desde
14 de janeiro, já subiu 7,9%.
O cenário, no entanto, permaneceu negativo no mercado externo. O C-Bond, principal título da
dívida do governo brasileiro, caiu
1,27%. A desvalorização dos papéis públicos e privados do país
fez o risco-país, medido pelo JP
Morgan, subir 2,05%, para 1.392
pontos.
"A principal importância da elevação foi o seu simbolismo. O BC
demonstrou que está comprometido com as metas de inflação e
mostrou credibilidade ao mexer
com a taxa", disse Aquiles Mosca,
economista do ABN-Amro Asset
Management.
"O BC mostrou em sua primeira
reunião que é independente e tem
credibilidade. O recuo do dólar foi
um sinal de percepção do mercado de que o BC irá manter a austeridade monetária", afirmou Sandra Utsumi, economista-chefe do
BES Investimentos.
Segundo analistas, a alta da
moeda norte-americana continua
muito relacionada às más perspectivas internacionais e à baixa
liquidez.
Na Venezuela, foi aprovado o
fechamento do mercado cambial
por cinco dias, a partir de ontem.
O motivo dado pelo governo foi a
contenção de uma maxidesvalorização da moeda local, em decorrência da fuga de capitais por causa das instabilidades do país.
No Iraque, a cada dia parece que
o ataque liderado pelos Estados
Unidos está mais próximo.
"Se o cenário lá fora não estivesse tão comprometido, poderíamos ter uma recuperação mais rápida e permanente do câmbio",
disse Utsumi.
Para Mosca, o conflito traz o temor de uma alta permanente do
preço do petróleo e de queda no
nível de atividade econômica
mundial.
Já o pouco volume sendo negociado no mercado de câmbio faz,
segundo analistas, com que a
moeda opere com volatilidade
acentuada. Segundo um operador, quase todas as operações,
mesmo as pequenas, têm refletido
na cotação do dólar.
Além disso, alguns analistas
acreditam que os investidores estão fazendo uma análise mais pessimista entre o discurso e as reais
possibilidades do governo de realizar suas ações. Para eles, enquanto as presidências da Câmara e do Senado não forem determinadas e os novos deputados e
senadores forem empossados, o
mercado não terá mais reações
positivas ao que é visto hoje apenas como uma possibilidade.
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