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MERCADO FINANCEIRO
Dólar fecha estável a R$ 1,85; BC e BB atuam
da Reportagem Local
As atuações conjuntas do Banco
Central e do Banco do Brasil, ontem, seguraram as pressões de alta
no dólar e também impediram
baixa brusca. No final do dia, a
moeda dos EUA fechou a R$ 1,85,
como na sexta-feira.
Os especialistas começam a perceber um comportamento padrão
nas atuações do BC e do BB, estabelecendo uma espécie de banda
informal de oscilação do dólar.
O mercado abriu a R$ 1,87, mas
o BC atuou vendendo a R$ 1,865.
O BC de Armínio Fraga não vai a
mercado, como era feito na gestão
de Gustavo Franco. Vende dólar
diretamente e só para os grandes
compradores.
Com a atuação do BC, o valor do
dólar começou a despencar. Aí o
BB comprou dólar, a R$ 1,85 e R$
1,845. É a terceira vez na gestão de
Fraga que o BB entra comprando
com força, a pedido do BC, e impede queda maior nas cotações.
Um dos objetivos, segundo especialistas, é evitar solavancos
grandes na cotação média ponderada pelo volume de negócios, o
chamado Ptax, referência importante para o mercado.
Com o Ptax sem oscilações bruscas, fica mais fácil vender títulos
da dívida interna indexados ao dólar. O Ptax é usado para o cálculo
do rendimento desses títulos.
Na semana passada, com a oscilação menor no Ptax, o governo
conseguiu, pela primeira vez desde a mudança na política cambial,
em janeiro, vender títulos cambiais da dívida pública.
Ontem, pela primeira vez na história desses papéis cambiais, o BC
vendeu todo o lote de R$ 300 milhões de NBC-Es (Notas do Banco
Central da série E), a uma só taxa,
de 31,44%. O vencimento desses
papéis é no dia 4 de julho.
Até ontem, o BC pagava taxas
máximas e médias. Mas passou a
pagar uma taxa única para dar referência ao mercado, segundo técnico do BC. Como os bancos ainda
não vêem a estabilidade relativa
no Ptax como definitiva, pedem
juros considerados muito díspares
pelo BC para carregar as NBC-Es.
Hoje, o BC vai passar por grande
teste. Vai vender títulos do Tesouro Nacional com taxas de juros
prefixadas pela primeira vez desde
meados do ano passado.
No over, o BC tomou dinheiro a
45%, mas emprestou aos bancos a
45,10%. O movimento é só de
ajuste e não sinaliza alta nas taxas,
diz técnico do BC.
(CRISTIANE PERINI LUCCHESI)
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