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MEGANEGÓCIO
Operadora, que terá 11 milhões de assinantes e estará em 18% das casas do país, só fica atrás da Time Warner
Fusão de US$ 60 bi cria 2ª TV a cabo dos EUA
France Presse
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Ralph e Brian Roberts (à esq. e à dir., respectivamente), da Comcast, e Chuck Lillis (centro), da MediaOne, que anunciaram fusão de US$ 60 bilhões |
das agências internacionais
As empresas de TV a cabo dos
EUA Comcast Corp. e MediaOne
anunciaram ontem um acordo de
cerca de US$ 60 bilhões.
A Comcast irá pagar cerca de
US$ 53 bilhões em ações e assumirá débitos de aproximadamente
US$ 7 bilhões.
A nova empresa deverá ser a segunda maior no segmento de TV a
cabo dos EUA. Ficará atrás da Time Warner e será seguida pela
AT&T, em terceiro lugar.
As operações conjuntas passarão
a ter 11 milhões de assinantes e
acesso a 18% dos domicílios norte-americanos. A renda das duas empresas superou os US$ 8
bilhões em 1998.
A proposta da Comcast apresenta prêmio de 32% em relação ao
preço dos papéis da MediaOne na
Bolsa de Nova York na sexta-feira.
Os acionistas da MediaOne terão
64% da nova empresa.
As duas empresas terão capitalização de US$ 97 bilhões e grandes
negócios no segmento de telecomunicação global, de serviços telefônicos e de Internet.
De acordo com o porta-voz da
Comcast, a nova companhia deverá ser muito competitiva numa
acirrada batalha para ser a maior
empresa de TV a cabo dos EUA.
De acordo com alguns analistas,
o valor da compra está sobrevalorizado. Richard Read, do Credit
Lyonnais Securities, avalia que a
Comcast irá pagar o equivalente
entre 15 e 17 vezes os ganhos da
empresa no próximo ano.
Para ele, a maioria das empresas
do setor fez negócios entre 13 e 15
vezes o fluxo de caixa do ano seguinte.
A oferta da Comcast pela MediaOne ocorre alguns dias após a
AT&T ter adquirido a Tele-Comunications, grande empresa de TV a
cabo dos Estados Unidos, por US$
59,4 bilhões.
"Essa transação cria uma companhia com uma combinação única
de grande crescimento doméstico
e negócios amplos em termos internacionais de telefonia", afirmou
Chuck Lillis, executivo-chefe do
MediaOne.
"Maior é melhor"
A onda de fusões no setor tem
ocorrido para ampliar as possibilidades de novos serviços,
como canais digitais, compras feitas on line e acesso mais rápido à
Internet.
Estudos indicam que a transmissão de dados por cabo é cem vezes
mais rápida do que a feita por telefone.
Nesse cenário, as empresas estão
fundindo suas operações para viabilizar a expansão e implementação de novos serviços.
"As empresas de cabo decidiram
que maior é melhor", afirmou
Alan Lyons, da ABN Amro.
Para analistas, a indústria de TV
a cabo irá continuar promovendo
consolidações até as empresas do
setor tornarem-se poucas e grandes competidoras.
Isso ocorre porque operações
maiores garantem mais eficiência,
capacidade de empréstimo e tecnologia mais avançada.
Além disso, a Comcast Corp. estima que reduzirá os custos operacionais em cerca de US$ 1 bilhão
com a consolidação das matrizes e
com a diminuição de 5% da força
de trabalho.
A Microsoft tem 11,5% de participação na Comcast. Com a compra,
o investimento da empresa de Bill
Gates cairia para 5%. No entanto
pessoas ligadas com a transação
disseram que a Microsoft não vê
problemas com a fusão.
A Comcast pretende continuar
também as negociações para criar
uma joint venture com a AT&T
para serviços locais de telefone
com cabo.
O negócio da Comcast com a MediaOne deve ser concluído em julho deste ano. A MediaOne não pode solicitar outras ofertas. Caso isso aconteça, terá de pagar uma
multa de US$ 1,5 bilhão.
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