São Paulo, quinta-feira, 23 de agosto de 2007

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Gasto das famílias cresce 11% no 1º semestre

Já o volume de alimentos, bebidas e itens de higiene e limpeza comprados até junho teve alta menor, de 6% em relação a 2006

Pesquisa da LatinPanel também indica que a classe C, de famílias com renda entre 4 e 10 mínimos, puxou a expansão do consumo

TATIANA RESENDE
DA REDAÇÃO

Os consumidores estão pagando mais caro para abastecer a despensa. Pesquisa da LatinPanel, instituto que acompanha o consumo de 8.200 domicílios no país, mostrou que os gastos das famílias com alimentos, bebidas e produtos de higiene e limpeza aumentaram 11% no primeiro semestre, com relação ao mesmo período de 2006, enquanto o volume comprado teve expansão de 6%.
Entre os itens com maiores altas monitoradas pelo instituto, estão farinha de trigo (17%), pães (14%), cafés (12%) e leite longa vida (10%), que se refletiram em queda no volume médio comprado. Para Maria Andréa Ferreira, coordenadora do estudo da LatinPanel, o aumento no volume médio de itens como bebidas à base de soja (25%), iogurte (25%) e sucos prontos (16%) pode ter acontecido devido a uma substituição feita pelo consumidor.
Eugênio Foganholo, da Mixxer, consultoria especializada em varejo, argumenta que a queda no consumo dos itens que fazem parte do café da manhã pode significar também um crescimento no número de pessoas que, a exemplo do que já acontece com o almoço e o jantar, estão fazendo também essa refeição fora de casa.
Além disso, acrescenta, produtos como as bebidas à base de soja ainda têm uma penetração pequena nas compras, logo a base de comparação é baixa.
O óleo vegetal, que teve um aumento de 18% no preço médio, o maior no período, não teve uma variação significativa no consumo porque é um produto com poucas possibilidades de substituição.
Claudio Felisoni, do Programa de Administração de Varejo, da FIA (Fundação Instituto de Administração), explica que há produtos com a chamada demanda inelástica. Isso quer dizer que, mesmo quando o preço do item sobe muito, a quantidade consumida cai pouco.

Classe C
Na análise do consumo por faixas de renda, a classe C (famílias com renda mensal entre 4 e 10 salários mínimos) voltou a se destacar. Enquanto o gasto médio geral cresceu 6% no primeiro semestre, essa parte da população teve um aumento de 7%. Já o volume médio das compras teve uma expansão de 3%, contra 2% no geral.
O aumento da massa salarial é um dos motivos para essa expansão. De acordo com o IBGE, o rendimento médio real dos trabalhadores teve aumento de 2,7% em junho, no confronto com o mesmo mês em 2006.
Quando há uma restrição no orçamento familiar, afirma Maria Andréa, as classes A e B reduzem o consumo de alguns produtos, enquanto a classe C chega a abandonar algumas categorias. O iogurte, por exemplo, um desses "itens abandonados", aumentou em sete pontos percentuais o número de domicílios compradores no geral nos seis primeiros meses deste ano, e em dez pontos percentuais nessa faixa de renda.

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