|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Bovespa recua 0,15% em dia de baixa recorde do petróleo
Barril tem maior queda diária
em dólares em NY desde 1991
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A baixa de 0,15% registrada
ontem não comprometeu o resultado da Bovespa na semana.
No período, a Bolsa conquistou
valorização de 2,96%.
O que tirou a força do mercado acionário doméstico ontem
voltou a ser o recuo nas cotações das commodities. O petróleo devolveu sua alta de quinta
e encerrou a semana vendido a
US$ 114,59 em Nova York, em
queda de 5,44% ou US$ 6,59
-maior recuo diário em dólares desde janeiro de 1991, na
época da Guerra do Golfo.
Com as commodities em baixa, Petrobras, Vale, Usiminas,
Gerdau e outras estrelas da
Bolsa encerraram o pregão valendo menos. Destaque para as
quedas dos papéis da Vale, que
recuaram 1,8% (PNA) e 1,62%
(ON), e Usiminas PNA, que teve baixa de 1,49%.
Ao lado da depreciação das
commodities, o mercado viu o
dólar se recuperar. Em relação
ao real, a moeda americana registrou apreciação de 1,06% e
encerrou vendida a R$ 1,628.
Mesmo assim, na semana, o dólar acumulou queda, de 0,73%.
Os pregões de ontem foram
bem positivos nos EUA e na
Europa. Em Wall Street, o Dow
Jones subiu 1,73%. A Nasdaq,
1,44%. Na Bolsa de Londres, os
ganhos foram de 2,52%.
Além do recuo no valor do
petróleo, o setor financeiro respirou e deu ânimo às Bolsas. Os
rumores de que um banco sul-coreano poderia adquirir o
Lehman Brothers -uma das
instituições financeiras que
mais sofreram na crise das hipotecas- levaram investidores
a aplicar em ações bancárias.
Os papéis do Lehman Brothers fecharam com valorização de 5,03% em Nova York.
Logo atrás apareceram as ações
de Morgan Stanley (4,94%),
Bank of America (4,03%) e
JPMorgan Chase (3,89%).
O discurso de Ben Bernanke,
presidente do Fed, também favoreceu o dia de ganhos lá fora.
Apesar de ressaltar que as previsões para a inflação no país
são incertas, Bernanke afirmou
que um arrefecimento nos preços pode ser sentido ainda neste ano. Se a ameaça inflacionária perder força, o Fed pode não
se ver obrigado a elevar os juros
tão cedo.
Uma melhora mais consistente no humor internacional
pode ajudar a Bovespa a se recuperar. Como os investidores
estrangeiros respondem por
35% das operações da Bolsa, a
saída de capital externo tem
derrubado o mercado acionário
local. Segundo operadores, a
saída de capital externo se estabilizou nos últimos pregões. E
isso ajudou que as gigantes Petrobras e Vale conseguissem se
destacar na semana. Os papéis
das companhias ficaram entre
as dez maiores altas do período.
A ação PN da Petrobras encerrou a semana com alta de
8,01%, e a ON subiu 7,64%. O
papel Vale PNA avançou 6,72%.
"A volatilidade não ficou para
trás. O ambiente de incertezas
continua. Não vejo um fim próximo para a crise internacional", diz Alexandre Maia, economista-chefe da Gap Asset
Management. Dos 66 papéis
que formam o índice Ibovespa,
39 subiram na semana. Aos
55.850 pontos, a Bolsa ainda está com queda de 6,14% no mês e
de 12,58% em 2008.
Texto Anterior: Preços de alimentos recuam e IPCA-15 se desacelera em agosto Próximo Texto: Economia do Reino Unido fica estagnada pela 1ª vez em 16 anos Índice
|