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TRABALHO
Empregado de autopeças não obteve proposta de reajuste do Sindipeças e 60 fábricas devem parar na sexta por uma hora
Metalúrgico da Força ampliará paralisação
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Sem proposta de reajuste salarial, os metalúrgicos da Força Sindical decidiram ampliar a paralisação na sexta-feira, prevista inicialmente nas fábricas do grupo
10 (lâmpadas, aparelhos elétricos,
funilaria, entre outras), para empresas do setor de autopeças.
O Sindicato dos Metalúrgicos
de São Paulo deve divulgar hoje
lista com o nome de 60 fábricas,
com cerca de 30 mil trabalhadores, que vão parar por uma hora.
A decisão foi anunciada ontem
após a primeira rodada de negociação entre representantes do
Sindipeças (sindicato das autopeças) e da comissão negociadora
dos metalúrgicos. A comissão representa 49 sindicatos ligados à
Força e 700 mil metalúrgicos no
Estado de São Paulo.
"Os empresários apresentaram
um calendário para negociar até
13 de novembro. Não vamos chegar até lá discutindo", disse Eleno
José Bezerra, secretário-geral do
sindicato.
Na pauta dos metalúrgicos estão reajuste salarial de 15% -inclui reposição da inflação acumulada nos últimos 12 meses e aumento real de 5%-, redução da
jornada de trabalho e aumento do
piso salarial para recompor perdas de 13,7% desde o Plano Real.
"Escolhemos parar as fábricas
que pertencem aos empresários
com maior influência nas negociações salariais", disse o sindicalista. Se as negociações não forem
encerradas no dia 30 deste mês, a
Força ameaça greve por 24 horas
em indústrias das zonas oeste e
norte da capital. No dia 1º de novembro, a paralisação deve atingir as fábricas das zonas leste e sul,
Grande São Paulo e interior.
A Folha apurou que as paralisações também fazem parte da estratégia da central de recuperar o
desgaste no primeiro turno das
eleições. Além de Paulo Pereira da
Silva, candidato a vice na chapa de
Ciro Gomes (PPS), não se eleger,
vários sindicalistas da Força também foram derrotados nas urnas.
Só a inflação
Para empresários do setor de
autopeças, a decisão de conceder
aumento real está praticamente
descartada. "A CUT negociou em
2000 com as montadoras a reposição integral da inflação, pelo
INPC [Índice Nacional de Preços
ao Consumidor], por dois anos.
Esse deve ser o parâmetro para as
nossas negociações", disse Drausio Rangel, coordenador do Sindipeças nas discussões salariais.
"A Força está fazendo exigências, mas o fato é que o setor não
tem como conceder aumento
real", disse Rangel. As autopeças
trabalham com ociosidade de
37%, diz, e 3.200 empregados foram demitidos desde setembro de
2001 até o mês passado.
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