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Petróleo sobe e afeta Bolsa nos EUA
DA REDAÇÃO
O mercado internacional teve
ontem um dia difícil para os investidores. Os preços do petróleo
voltaram a bater recorde e fecharam pela primeira vez acima dos
US$ 55. Sob sua influência, o Dow
Jones, principal Bolsa norte-americana, encerrou no mais baixo
patamar do ano. Para completar,
o diretor-gerente do FMI, Rodrigo Rato, admitiu que a alta do petróleo deve atingir o crescimento
global em 2005.
O motivo para a alta de ontem
dos preços do petróleo foram os
temores sobre o excesso de demanda no inverno do hemisfério
Norte somados ao ainda robusto
crescimento chinês.
Os contratos negociados na Bolsa Mercantil de Nova York para
entrega em dezembro encerraram cotados a US$ 55,17, após
chegar a US$ 55,50 no "intraday"
(durante o pregão). A cotação é
US$ 0,70 superior à do fechamento anterior. Em Londres, o barril
do tipo Brent fechou cotado a US$
51,22. Durante o dia, as cotações
chegaram a US$ 51,65.
Os estoques de combustíveis
nos Estados Unidos estão 4%
mais baixos do que na mesma semana do ano passado. Já a demanda pelo produto segue forte.
"A alta dos preços do petróleo
ainda não atingiu a demanda",
disse Deborah White, economista
da SG Commodities.
A proximidade do inverno também assusta o mercado. O Departamento de Energia dos EUA divulgou durante a semana a redução de 12% nos estoques de combustível para aquecimento residencial. O receio é o de que as refinarias sejam incapazes de atender
à demanda se o inverno nos EUA
for rígido.
Apesar dos esforços da China
para frear sua expansão, os dados
sobre o crescimento no país, divulgados ontem, mostraram que
a taxa de 9,1% do último trimestre
ainda assusta.
A alta do preço do petróleo e a
divulgação de uma previsão de redução nas vendas da gigante de
informática Microsoft fizeram o
Dow Jones Industrial recuar ontem para seu mais baixo nível no
ano. A proximidade da eleição
norte-americana e a indefinição
do quadro eleitoral também assustam os investidores.
"O resultado, hoje, está claramente ligado ao petróleo. Acima
de US$ 55 por barril é suficiente
para afetar o mercado", disse David Chalupnik, diretor da Bancorp Asset Management.
O Dow Jones encerrou em queda de 1,09%, para 9.757 pontos.
Outros índices também sofreram.
O Standard & Poor's 500 recuou
0,97%, e o Nasdaq, 1,97%.
Na semana, a queda do Dow Jones chegou a 1,77%
"A menos de duas semanas para
o pleito presidencial e com a corrida empatada, ficamos muito
preocupados. Acho que, quando
a eleição passar, as ações voltarão
a subir", disse Chalupnik.
Rato
Ontem, o diretor-gerente do
FMI (Fundo Monetário Internacional), Rodrigo Rato, afirmou
que a alta do petróleo representa
grave risco para o crescimento
mundial em 2005. "Os riscos com
os preços do petróleo têm aumentado", disse Rato ao término do
encontro com o diretor da OMC
(Organização Mundial do Comércio), Supachai Panitchpakdi,
e com o presidente do Banco
Mundial, James Wolfensohn.
Para ele, "já vemos um claro impacto neste ano, mas vemos também como há outras forças positivas que compensam a situação".
No entanto, o diretor disse ser
cedo para fazer uma revisão das
previsões do Fundo para o crescimento econômico global.
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