São Paulo, sábado, 23 de outubro de 2004

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Petróleo sobe e afeta Bolsa nos EUA

DA REDAÇÃO

O mercado internacional teve ontem um dia difícil para os investidores. Os preços do petróleo voltaram a bater recorde e fecharam pela primeira vez acima dos US$ 55. Sob sua influência, o Dow Jones, principal Bolsa norte-americana, encerrou no mais baixo patamar do ano. Para completar, o diretor-gerente do FMI, Rodrigo Rato, admitiu que a alta do petróleo deve atingir o crescimento global em 2005.
O motivo para a alta de ontem dos preços do petróleo foram os temores sobre o excesso de demanda no inverno do hemisfério Norte somados ao ainda robusto crescimento chinês.
Os contratos negociados na Bolsa Mercantil de Nova York para entrega em dezembro encerraram cotados a US$ 55,17, após chegar a US$ 55,50 no "intraday" (durante o pregão). A cotação é US$ 0,70 superior à do fechamento anterior. Em Londres, o barril do tipo Brent fechou cotado a US$ 51,22. Durante o dia, as cotações chegaram a US$ 51,65.
Os estoques de combustíveis nos Estados Unidos estão 4% mais baixos do que na mesma semana do ano passado. Já a demanda pelo produto segue forte. "A alta dos preços do petróleo ainda não atingiu a demanda", disse Deborah White, economista da SG Commodities.
A proximidade do inverno também assusta o mercado. O Departamento de Energia dos EUA divulgou durante a semana a redução de 12% nos estoques de combustível para aquecimento residencial. O receio é o de que as refinarias sejam incapazes de atender à demanda se o inverno nos EUA for rígido.
Apesar dos esforços da China para frear sua expansão, os dados sobre o crescimento no país, divulgados ontem, mostraram que a taxa de 9,1% do último trimestre ainda assusta.
A alta do preço do petróleo e a divulgação de uma previsão de redução nas vendas da gigante de informática Microsoft fizeram o Dow Jones Industrial recuar ontem para seu mais baixo nível no ano. A proximidade da eleição norte-americana e a indefinição do quadro eleitoral também assustam os investidores.
"O resultado, hoje, está claramente ligado ao petróleo. Acima de US$ 55 por barril é suficiente para afetar o mercado", disse David Chalupnik, diretor da Bancorp Asset Management.
O Dow Jones encerrou em queda de 1,09%, para 9.757 pontos. Outros índices também sofreram. O Standard & Poor's 500 recuou 0,97%, e o Nasdaq, 1,97%.
Na semana, a queda do Dow Jones chegou a 1,77%
"A menos de duas semanas para o pleito presidencial e com a corrida empatada, ficamos muito preocupados. Acho que, quando a eleição passar, as ações voltarão a subir", disse Chalupnik.

Rato
Ontem, o diretor-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Rodrigo Rato, afirmou que a alta do petróleo representa grave risco para o crescimento mundial em 2005. "Os riscos com os preços do petróleo têm aumentado", disse Rato ao término do encontro com o diretor da OMC (Organização Mundial do Comércio), Supachai Panitchpakdi, e com o presidente do Banco Mundial, James Wolfensohn.
Para ele, "já vemos um claro impacto neste ano, mas vemos também como há outras forças positivas que compensam a situação".
No entanto, o diretor disse ser cedo para fazer uma revisão das previsões do Fundo para o crescimento econômico global.


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