São Paulo, domingo, 23 de novembro de 1997.




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PAINEL S/A

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Prazo fatal
O pacote fiscal só vai reduzir o déficit público em 98 se os juros chegarem em julho no patamar que estavam antes do "El Niño" financeiro, diz Tómas Málaga, economista-chefe do Unibanco.

Na ponta do lápis
Se a hipótese de Málaga se concretizasse, o país fecharia 98 com um déficit nominal de 4% do PIB, contra 4,5% deste ano.

Fazendo as contas
Málaga estima melhora no déficit primário -gastos e despesas, sem levar em consideração os juros- da ordem de 1,1% do PIB. Mesmo sendo reduzidos até julho, os gastos com juros, que impactariam a dívida do governo, subiriam 0,6% do PIB.

Com cautela
Nos cálculos de Málaga, com a privatização, o governo poderá cancelar cerca de US$ 35 bilhões da dívida interna. "É uma estimativa moderada. A arrecadação com privatizações deve ser maior."

Sem remendos
Para o JP Morgan, "não há solução mágica" para acabar com o déficit público e o esforço fiscal proposto poderá não ser suficiente para acabar com a pressão sobre a política monetária. "O pacote em nenhuma medida reduz a necessidade de reformas de longo prazo, estruturais, da Constituição."

Apimentando o debate
Para José Carlos Grubisich, presidente da Rhodia, a Petrobrás será privatizada "mais cedo do que se imagina". O novo dono, diz, deve direcioná-la também para o setor petroquímico, como acontece com as outras grandes do petróleo.

Nas alturas
Na era da globalização, a moda entre grandes empresas é aproveitar viagens para realizar reuniões e conferências. Mais de 23 Boings Business Jets -aviões com escritórios e auditórios dentro-, no valor estimado de US$ 30 milhões, foram vendidos recentemente.

Buscando capital
A Poli Participações, holding da família Levy, fará uma emissão de debêntures no total de R$ 20 milhões dando como garantia ações ordinárias da empresa que edita o jornal "Gazeta Mercantil".

Poder decisório
A Poli elegeu novo diretor administrativo e financeiro: Roberto Pinto. Todas as decisões envolvendo grandes negócios entre as empresas do grupo dependerão de assinatura do novo diretor.

Aperto na margem
A lucratividade no sistema bancário brasileiro cai em 98, diz a Salomon Brothers. "Em geral, os bancos vão sofrer", diz, ressaltando que "o risco sistêmico é baixo".

Atrasando mais
Em setembro, a inadimplência média de dez bancos de varejo -empréstimos em atraso sobre o volume total- foi de 2,2%, diz a Austin Asis. A inadimplência deve crescer, avalia.

Mostrando coragem
Para o ING Barings, ao tomar medidas "impopulares" 11 meses antes das eleições, o governo mostra forte determinação em melhorar os fundamentos econômicos e manter a confiança na moeda.

Equilíbrio precário
O país ainda está vulnerável a "choques internos e externos", diz o ING Barings. A sobrevalorização da moeda, afirma, impõe contração no crescimento econômico, que deve cair para 2% em 98.

Pagando caro
Para o ING Barings, um freio prolongado traria correção nos preços relativos e recuperação na competitividade das exportações, mas "com um alto custo".

Impacto fulminante
O JP Morgan e o ING Barings qualificaram o pacote da mesma forma: "impressionante".

Aposta nas estaduais
O Credit Suisse First Boston recomenda a compra de ações da Copel, Cemig e Light, com "dinheiro em caixa e dívidas reduzidas". Mas não aconselha o investimento em Eletrobrás.

Base rebelde
Synésio Batista da Costa, da Abrinq, diz que vários setores discordam do "catastrofismo" da CNI. Para ele, as previsões sobre recessão e demissões deixam os consumidores inseguros.

E-mail:±painelsa@uol.com.br



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