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Saque em massa forçaria fechamento de bancos
DE BUENOS AIRES
Alejandra López, 39, professora
de espanhol em Buenos Aires,
tem cerca de 50 mil pesos presos
no "corralito". Uma vez a cada 15
dias a professora vai com um grupo de poupadores à agência central do BankBoston. "Armados"
de martelos, panelas e apitos, o
grupo faz protestos que sempre
duram toda a tarde, como outras
dezenas de grupos que fazem o
mesmo por toda a cidade.
O que vai fazer agora que os recursos estão liberados? "Não sei.
A nossa luta é por recuperar os
dólares. Nós depositamos dólares. Mas acho que vou colocar o
dinheiro num aplicação de prazo
fixo, é o que todos estão fazendo",
responde Alejandra.
Ninguém arrisca prever o comportamento dos milhares de correntistas que, como Alejandra,
poderão sacar suas economias
presas há quase um ano. Mas a
equipe econômica parece acreditar que a maioria fará como ela:
deixará o dinheiro nos bancos.
Se os argentinos o fizerem, a
economia argentina recobrará
parte da normalidade que havia
perdido desde o ápice da crise, no
final do ano passado. Caso contrário, o governo terá dado um tiro pelo culatra. Se houver uma
corrida bancária ou se os argentinos resolveram que querem seus
dólares, não pesos, os bancos provavelmente serão obrigados a fechar, e o governo terá que lidar,
novamente, com milhares de argentinos exigindo seu dinheiro.
Foi isso que ocorreu há uma semana, quando um juiz ordenou a
liberação de recursos de vários
correntistas na cidade de Mar del
Plata. Os correntistas obstruíram
as ruas e correram aos bancos,
que ficaram vários dias fechados.
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