São Paulo, sábado, 23 de novembro de 2002

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ANO DO DRAGÃO

IGP-10 atinge 4,73%, a maior variação desde agosto de 1994

Inflação acelera e já flerta com os 5% em taxa da FGV

DA SUCURSAL DO RIO

A inflação do período de 11 de outubro a 10 de novembro, medida pelo IGP-10 (Índice Geral de Preços-10), alcançou 4,73%, a maior variação desde os 12,57% de agosto de 1994, o segundo mês do Plano Real. O mês de referência do índice divulgado ontem é novembro.
De acordo com a FGV (Fundação Getúlio Vargas), responsável pelo cálculo do índice, a alta dos alimentos, provocada pela subida do dólar, foi a maior responsável pela aceleração inflacionária. Neste ano, o IGP-10 já acumula alta de 18,89%. Em 12 meses, a alta chega a 19,39%.
No atacado, os preços, medidos pelo IPA (Índice de Preços por Atacado), subiram 6,40%, contra 4,81% em outubro. Foi também a maior alta do IPA desde agosto de 1994.
O IPA é um dos três índices que formam o IGP-10, com peso de 60%. Os produtos agrícolas subiram 8,01%, com destaque para os legumes e frutas, com 11,52%.
No varejo, a inflação medida pelo IPC (Índice de Preços ao Consumidor), que representa 30% do índice geral, foi de 1,86% em novembro, contra 0,77% no mês anterior.
Os alimentos subiram 3,43% (1,61% em outubro) e acumulam neste ano uma elevação de preços de 11,22%, a maior alta no mesmo período desde 1995. Em novembro, o pão francês foi um dos destaques, com alta de 5,54%.

Aumento da gasolina
A gasolina subiu no varejo 5,07% e, segundo o economista Salomão Quadros, coordenador da equipe da FGV responsável pelo cálculo dos índices de inflação, ainda exercerá forte pressão sobre o IGP-10 de dezembro.
É que, segundo ele, como o reajuste de preço do combustível ocorreu no começo de novembro, a pesquisa do IGP-10 do mês captou apenas seis dias dos novos preços.
De acordo com Quadros, a pressão que será exercida pelos combustíveis no varejo em dezembro pode ser anulada pelas matérias-primas brutas no atacado, que começam a dar sinais de desaceleração da alta e até de redução de preços.

Trigo cai
O trigo, que havia subido 30,25% em outubro, apresentou no IGP-10 de novembro uma variação negativa de 5,23%. A soja, que subira 14,73%, em novembro teve alta menor, de 11,70%. Os grãos em geral, que tinham subido 15,88% no mês anterior, aumentaram 10,24% neste mês.
Quadros afirmou que o comportamento das matérias-primas significa que em algumas áreas já começa a aparecer algum efeito da queda do dólar nas últimas semanas.


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