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ANO DO DRAGÃO
IGP-10 atinge 4,73%, a maior variação desde agosto de 1994
Inflação acelera e já flerta com os 5% em taxa da FGV
DA SUCURSAL DO RIO
A inflação do período de 11 de
outubro a 10 de novembro, medida pelo IGP-10 (Índice Geral de
Preços-10), alcançou 4,73%, a
maior variação desde os 12,57%
de agosto de 1994, o segundo mês
do Plano Real. O mês de referência do índice divulgado ontem é
novembro.
De acordo com a FGV (Fundação Getúlio Vargas), responsável
pelo cálculo do índice, a alta dos
alimentos, provocada pela subida
do dólar, foi a maior responsável
pela aceleração inflacionária. Neste ano, o IGP-10 já acumula alta de
18,89%. Em 12 meses, a alta chega
a 19,39%.
No atacado, os preços, medidos
pelo IPA (Índice de Preços por
Atacado), subiram 6,40%, contra
4,81% em outubro. Foi também a
maior alta do IPA desde agosto de
1994.
O IPA é um dos três índices que
formam o IGP-10, com peso de
60%. Os produtos agrícolas subiram 8,01%, com destaque para os
legumes e frutas, com 11,52%.
No varejo, a inflação medida pelo IPC (Índice de Preços ao Consumidor), que representa 30% do
índice geral, foi de 1,86% em novembro, contra 0,77% no mês anterior.
Os alimentos subiram 3,43%
(1,61% em outubro) e acumulam
neste ano uma elevação de preços
de 11,22%, a maior alta no mesmo
período desde 1995. Em novembro, o pão francês foi um dos destaques, com alta de 5,54%.
Aumento da gasolina
A gasolina subiu no varejo
5,07% e, segundo o economista
Salomão Quadros, coordenador
da equipe da FGV responsável pelo cálculo dos índices de inflação,
ainda exercerá forte pressão sobre
o IGP-10 de dezembro.
É que, segundo ele, como o reajuste de preço do combustível
ocorreu no começo de novembro,
a pesquisa do IGP-10 do mês captou apenas seis dias dos novos
preços.
De acordo com Quadros, a pressão que será exercida pelos combustíveis no varejo em dezembro
pode ser anulada pelas matérias-primas brutas no atacado, que começam a dar sinais de desaceleração da alta e até de redução de
preços.
Trigo cai
O trigo, que havia subido
30,25% em outubro, apresentou
no IGP-10 de novembro uma variação negativa de 5,23%. A soja,
que subira 14,73%, em novembro
teve alta menor, de 11,70%. Os
grãos em geral, que tinham subido 15,88% no mês anterior, aumentaram 10,24% neste mês.
Quadros afirmou que o comportamento das matérias-primas
significa que em algumas áreas já
começa a aparecer algum efeito
da queda do dólar nas últimas semanas.
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