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AVIAÇÃO
Assembléia reprova escolha de alguns credores para receber US$ 118 mi
Fundação rejeita acordos da Varig
LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL
A administração da Varig e a
Fundação Ruben Berta, controladora da empresa, entraram ontem em rota de colisão quanto ao
destino da companhia aérea.
Uma assembléia geral extraordinária da fundação rejeitou, em
Porto Alegre, os entendimentos
que a Varig tem feito com os credores e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para recuperar suas
finanças.
O presidente da Varig, Arnim
Lore, tem buscado um acordo
com os credores da companhia,
que têm a receber US$ 900 milhões, e com o BNDES para conseguir uma injeção de US$ 500
milhões na companhia.
Os conselheiros da fundação
discordaram ontem do acordo de
pagamento de US$ 118 milhões
para os credores. Criticaram a escolha de apenas algumas empresas para receber o dinheiro, e afirmaram não haver nenhuma garantia de que o BNDES colocará
recursos na companhia.
Disputa interna
A decisão é um duro golpe nos
planos de Lore de tentar levantar
a Varig e indica a existência de sérios conflitos entre a empresa e a
fundação. A maior disputa é travada entre Lore e Yutaka Imagawa, presidente da fundação.
Imagawa era vice-presidente da
Varig até agosto deste ano, quando Lore fez um acordo com credores como o Unibanco, BR Distribuidora, Banco do Brasil e Infraero. Uma das exigências dos
credores era a substituição de toda a diretoria da Varig. Determinação que Lore cumpriu.
Desde então, as relações entre
Imagawa e Lore se deterioraram.
A fundação tem insistido na criação de um Programa de Recapitalização da Indústria Brasileira de
Transporte Aéreo, que receberia
US$ 2, 2 bilhões do governo federal. Defende que US$ 607,5 milhões sejam destinados à Varig.
Segundo a Folha apurou, Imagawa pretende rever as negociações da Varig, o que pode dificultar os entendimentos com o
BNDES e os credores. O BNDES
declarou ontem que pretende
apresentar sua posição final sobre
o projeto de reestruturação da
Varig até o dia 30.
A fundação rejeitou o pagamento de US$ 118 milhões para parte
dos credores até o final deste mês.
Lore já contava com um atraso no
pagamento da dívida. Segundo a
fundação, o veto ao programa de
reestruturação tem como objetivo
preservar o patrimônio da Varig.
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