São Paulo, sábado, 23 de novembro de 2002

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FINANÇAS

Clientes do HSBC e do Itaú são atingidos por perdas do Bank of America

Prejuízo contamina outros fundos

SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL

Pelo menos três fundos do HSBC e um do Itaú foram afetados pelas perdas sofridas, em junho, pelos fundos do Bank of America e que estão sendo contestadas na Justiça por mais de cem investidores.
A família Aquamarine, do HSBC -três fundos multimercados, que aplicam em renda fixa e variável-, era de FACs (Fundos de Aplicação em Cotas de outros fundos). Segundo informações do banco, eles aplicavam entre 14% e 19% do patrimônio no High Yeld, do Bank of America, e tiveram perdas de 0,5% a 1,61% naquele mês. Um deles, o Aquamarine Selective, foi encerrado em 24 de setembro, e seus cotistas foram incorporados pelo Medium.
Marcos de Callis, diretor de Investimentos da HSBC Brain, a administradora de recursos do HSBC, diz que os três fundos se diferenciavam apenas pela volatilidade (oscilação) das cotas e o banco decidiu fechar um deles porque se aproximava muito da renda fixa.
Ainda segundo fontes do HSBC, os gestores da família Aquamarine foram reduzindo as posições no fundo do Bank of America e, atualmente, não têm mais aplicações no banco americano.
Segundo Francisco da Costa e Silva, advogado de 110 investidores que contestam os prejuízos dos fundos na Justiça, as perdas do Bank of America acabaram se espalhando entre investidores de outras instituições cujos fundos compravam cotas dos fundos do banco. "Mas há um certo compadrio no mercado e nenhum banco contestou a má gestão do Bank of America", diz ele.
Uma das instituições que, segundo ele, teve vários fundos contaminados pelas perdas do banco americano foi o Itaú. A Folha localizou pelo menos um deles, o Itaú BA Moderado, encerrado em 24 de julho. Esse fundo perdeu 2,33% em junho, quando vinha tendo rentabilidade mensal em torno de 1,30%. Procurado pela Folha, o Itaú não se manifestou.
Costa e Silva diz que alguns bancos chegaram a publicar convocações "cifradas" de assembléias de investidores para discutir a "compensação voluntária" de perdas, sem citar o Bank of America.
O advogado diz que compareceu à assembléia dos cotistas dos fundos Aquamarine, do HSBC, quando foi aprovada a adesão ao acordo proposto pelo Bank of America. "O banco [HSBC] lavou as mãos; há uma solidariedade entre as instituições."


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