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FINANÇAS
Clientes do HSBC e do Itaú são atingidos por perdas do Bank of America
Prejuízo contamina outros fundos
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
Pelo menos três fundos do
HSBC e um do Itaú foram afetados pelas perdas sofridas, em junho, pelos fundos do Bank of
America e que estão sendo contestadas na Justiça por mais de
cem investidores.
A família Aquamarine, do
HSBC -três fundos multimercados, que aplicam em renda fixa e
variável-, era de FACs (Fundos
de Aplicação em Cotas de outros
fundos). Segundo informações do
banco, eles aplicavam entre 14% e
19% do patrimônio no High Yeld,
do Bank of America, e tiveram
perdas de 0,5% a 1,61% naquele
mês. Um deles, o Aquamarine Selective, foi encerrado em 24 de setembro, e seus cotistas foram incorporados pelo Medium.
Marcos de Callis, diretor de Investimentos da HSBC Brain, a administradora de recursos do
HSBC, diz que os três fundos se
diferenciavam apenas pela volatilidade (oscilação) das cotas e o
banco decidiu fechar um deles
porque se aproximava muito da
renda fixa.
Ainda segundo fontes do HSBC,
os gestores da família Aquamarine foram reduzindo as posições
no fundo do Bank of America e,
atualmente, não têm mais aplicações no banco americano.
Segundo Francisco da Costa e
Silva, advogado de 110 investidores que contestam os prejuízos
dos fundos na Justiça, as perdas
do Bank of America acabaram se
espalhando entre investidores de
outras instituições cujos fundos
compravam cotas dos fundos do
banco. "Mas há um certo compadrio no mercado e nenhum banco
contestou a má gestão do Bank of
America", diz ele.
Uma das instituições que, segundo ele, teve vários fundos contaminados pelas perdas do banco
americano foi o Itaú. A Folha localizou pelo menos um deles, o
Itaú BA Moderado, encerrado em
24 de julho. Esse fundo perdeu
2,33% em junho, quando vinha
tendo rentabilidade mensal em
torno de 1,30%. Procurado pela
Folha, o Itaú não se manifestou.
Costa e Silva diz que alguns bancos chegaram a publicar convocações "cifradas" de assembléias de
investidores para discutir a "compensação voluntária" de perdas,
sem citar o Bank of America.
O advogado diz que compareceu à assembléia dos cotistas dos
fundos Aquamarine, do HSBC,
quando foi aprovada a adesão ao
acordo proposto pelo Bank of
America. "O banco [HSBC] lavou
as mãos; há uma solidariedade
entre as instituições."
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