São Paulo, terça-feira, 23 de novembro de 2004

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Bancos terão R$ 7 bi com nova regra

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A mudança nas regras do recolhimento compulsório anunciada pelo Banco Central na última sexta-feira deve representar uma economia de aproximadamente R$ 7 bilhões para os bancos que atuam no Brasil. Desse total, as instituições financeiras de pequeno e médio portes devem responder por cerca de R$ 2 bilhões.
Uma semana depois da intervenção no Banco Santos, o BC decidiu alterar as regras do recolhimento compulsório, que corresponde à parcela dos depósitos bancários que as instituições financeiras são obrigadas a recolher no BC.
Os bancos precisam recolher ao BC o equivalente a 15% do dinheiro captado por meio de seus depósitos a prazo, como os CDBs (Certificados de Depósito Bancário). O recolhimento é feito por meio de títulos públicos, ou seja, os bancos precisam adquirir os papéis e entregá-los ao BC.
Na semana passada, decidiu-se conceder uma espécie de desconto nesse recolhimento no valor de até R$ 300 milhões para cada banco. Ou seja, o banco que precisava recolher R$ 500 milhões agora só recolhe R$ 200 milhões.
A medida teve como objetivo beneficiar os bancos de menor porte, para quem a cobrança do compulsório tinha um peso muito grande. A falta de capacidade de fazer esse recolhimento foi um dos motivos que levaram o BC a intervir no Banco Santos. Se estivesse em vigor antes, o Banco Santos estaria, na prática, isento dessa cobrança.
Dos 108 bancos que entregaram suas demonstrações financeiras ao Banco Central no primeiro semestre, 91 recolhem um compulsório inferior a R$ 300 milhões. Ao todo, essas instituições financeiras deixarão de entregar ao BC o equivalente a aproximadamente R$ 2 bilhões.
Como a medida vale para todos os bancos, as instituições maiores também foram beneficiadas, mas em menor escala. O grupo formado pelas 17 maiores instituições em termos de depósitos a prazo deixarão de recolher o equivalente a cerca de R$ 5 bilhões.


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