São Paulo, terça-feira, 23 de novembro de 2004

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Países assinam acordo para construir foguetes

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Brasil e a Rússia assinaram ontem um memorando para a construção de foguetes, que seriam lançados da base de Alcântara (MA). Pelo o acordo, a Rússia dará ao Brasil acesso a tecnologias usadas no seu programa espacial. O Brasil, por seu lado, terá a responsabilidade de buscar os financiamentos para o projeto e garantir aos russos o uso da tecnologia desenvolvida.
O memorando assinado ontem, na presença dos presidente Vladimir Putin (Rússia) e Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), é apenas um primeiro passo para a colaboração na área entre os dois países. Os detalhes sobre a propriedade intelectual das tecnologias e as condições de acesso às informações e à infra-estrutura espacial de cada país ainda precisam ser negociados.
O principal interesse do país é ter acesso à tecnologia russa para VLS (Veículos Lançadores de Satélites), que se baseia no uso de combustíveis líquidos. O foguete brasileiro que incendiou em Alcântara, matando 21 pessoas, trabalhava com combustível sólido.
"Com a valiosa participação russa, o Brasil está retomando, com renovado otimismo e determinação, o programa de utilização da base de Alcântara para o lançamento de satélites comerciais", disse Lula. "Essa é a melhor homenagem que podemos prestar àqueles brasileiros que deram sua vida por esse sonho", completou o presidente.
No total, Lula e Putin assistiram à assinatura de nove documentos, que prevêem desde a colaboração aeroespacial até um acordo para evitar a bitributação.
Esse último item poderá estimular investimentos, pois garante que as empresas e pessoas só pagarão os impostos de um dos países. Há também acordos sobre a colaboração na área de esportes e cultura.
A Petrobras e empresas russas na área de petróleo também assinaram convênios. O Brasil quer aproveitar a experiência russa na exploração e comercialização de gás natural. Segundo a ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, o Brasil pretende triplicar o seu consumo de gás até 2010.


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