São Paulo, sexta-feira, 23 de novembro de 2007

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Déficit da Previdência cai pela primeira vez desde 95

Resultado compara acumulado de janeiro a outubro a igual período de 2006

Para a Previdência, queda é sinal do bom momento favorável, com receita em alta e gasto praticamente estável com benefícios

JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Pela primeira vez desde 1995, o déficit da Previdência Social acumulado no ano apresentou queda na comparação com igual período do ano anterior. Entre janeiro e outubro, as contas previdenciárias registraram saldo negativo (despesa maior do que a receita) de R$ 38,985 bilhões, o que significa redução de 0,5% em relação ao mesmo período de 2006.
"Essa queda é sinal do momento excepcionalmente favorável da Previdência. A arrecadação cresceu fortemente, e o gasto com benefícios está praticamente estável", avalia o secretário de Previdência Social, Helmut Schwarzer, acrescentando que a redução já pode ser encarada como uma nova tendência das contas do regime geral de aposentadorias.
Em 1995, a Previdência enfrentou pela primeira vez na história déficit em suas contas. De lá para cá, os saldos negativos crescem a cada ano. "Desde então, a tendência é a de crescimento. Nunca caiu", relata o secretário.
Apesar da queda verificada no mês passado, ele é cauteloso em rever suas projeções para o déficit final deste ano, que está estimado em R$ 44,4 bilhões. No ano passado, o saldo negativo ficou em R$ 42 bilhões.
Na avaliação do governo, a melhoria do mercado de trabalho formal e a maior eficiência na gestão são os dois principais fatores para a nova tendência verificada.
A arrecadação líquida da Previdência, de janeiro a outubro, cresceu 9,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Já as despesas previdenciárias aumentaram em menor proporção: 6,6%.

Números positivos
Os dados isolados do mês de outubro também mostram queda do déficit. O saldo negativo ficou em R$ 2,7 bilhões, o que representa queda de 15,5% na comparação com outubro de 2006. Quando a análise é feita com base nos números de setembro, a redução é de 70%.
Nesse caso, explica Schwarzer, a diferença é grande porque em setembro houve pagamento antecipado de metade do 13º salário dos aposentados, elevando as despesas da Previdência.
Para o secretário, os números de outubro são muito positivos em relação às expectativas que o ministério tinha. Isso porque a arrecadação voltou a bater recorde, sendo o maior valor arrecadado na história -exceto os meses de dezembro, quando há recolhimento da contribuição também sobre o 13º dos trabalhadores.


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