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Polícia Federal pede à Folha as fitas do caso Ambev
da Sucursal de Brasília
A Polícia Federal enviou ontem
ofício ao diretor de Redação da
Folha, Otavio Frias Filho, solicitando as fitas com as gravações telefônicas clandestinas de pessoas
envolvidas com o processo de
criação da AmBev -fusão das
cervejarias Antarctica e Brahma.
A revelação da existência das fitas na quarta-feira pela Folha, em
reportagem do jornalista Fernando Rodrigues, provocou uma reviravolta no inquérito policial instaurado pela Polícia Federal, no
final de janeiro, para apurar suposta tentativa de suborno no
processo da AmBev.
O delegado Luiz Carlos Zubcov,
responsável pelo inquérito, pretendia encerrá-lo na próxima semana com o indiciamento de pessoas acusadas de tentativa de suborno. Agora irá conclui-lo apenas depois de investigar indícios
de outros crimes no episódio, como espionagem industrial e
grampo ilegal.
A fusão das cervejarias está sob
análise do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica),
órgão do Ministério da Justiça encarregado de analisar processos
de fusão de empresas que podem
afetar a livre concorrência.
Um dos telefones grampeados é
o do advogado Airton Soares. No
final de 1999, o advogado teria revelado a Hebe Romano um suposto esquema de suborno de
conselheiros do Cade.
Romano também é conselheira
do órgão, relatora do processo da
fusão entre Brahma e Antarctica.
Soares nega. Até fevereiro passado, ele advogava para a Abradisa,
associação de revendedores da
Antarctica.
Por não conterem citações explícitas de atos supostamente ilícitos, a Folha considerou que não
havia interesse público ou jornalístico que tornasse imperativa a
divulgação da íntegra do conteúdo das conversas.
(AG)
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