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PRIVATIZAÇÃO
Diretora da instituição diz que não há mais tempo hábil para vender o banco no dia 16 de maio
Banespa afirma que leilão será adiado
ANDRÉ SOLIANI
da Sucursal de Brasília
O leilão do Banespa, previsto
para 16 de maio, será adiado, segundo a diretora de crédito da
instituição, Sandra Tavares.
"Não há mais tempo hábil para
realizar o leilão no dia 16 de maio.
É uma conta simples. Não é possível cumprir o cronograma", disse
Tavares, após encontro na Asbace
(Associação Brasileira de Bancos
Estaduais e Regionais), da qual
participou o presidente do Banco
Central, Armínio Fraga.
O leilão do Banespa foi suspenso, no mês passado, por uma liminar conseguida por um grupo de
procuradores da República.
No dia 29 de fevereiro, o BC e a
AGU (Advocacia Geral da União)
ingressaram com um recurso para suspender a liminar. A decisão
do TRF (Tribunal Regional Federal) era esperada esta semana.
Anteontem, o presidente do TRF,
juiz Plauto Ribeiro, declarou que
precisa de mais tempo para analisar o tema.
Segundo Sandra, a direção do
banco pretende realizar o leilão
ainda este semestre, conforme estabelecido no acordo com o FMI
(Fundo Monetário Internacional), caso a decisão da Justiça não
demore muito. Se demorar, a
venda poderá ser no segundo semestre.
O diretor de Finanças Públicas
do Banco Central, Carlos Eduardo de Freitas, disse que adiar o leilão significa um prejuízo para as
contas públicas. Segundo ele, o
Banespa representa gastos superiores a R$ 4 bilhões por ano aos
cofres públicos.
Sem previsões
Freitas não quis fazer previsões
sobre quando será o leilão. "Vou
esperar a decisão do TRF." O cronograma original está atrasado. O
BC deveria ter divulgado em 29 de
fevereiro o nome das instituições
pré-qualificadas a participar do
leilão, mas isso não aconteceu
ainda.
O presidente do Banco Central,
Armínio Fraga, que falou durante
o encontro da Asbace, aproveitou
a oportunidade para convocar os
bancos estaduais que ainda não
recorreram ao Proes (programa
de reestruturação de bancos estaduais) a se engajarem no programa.
De acordo com ele, o prazo para
participar do Proes será até o dia
31 de junho.
Poucos bancos estaduais não
entraram no programa: o do Espírito Santo, de Brasília, do Rio
Grande do Sul, do Pará e a Nossa
Caixa, Nossa Banco (SP).
O presidente da Nossa Caixa,
Geraldo Gardenali, garantiu que
não pretende recorrer à ajuda do
Banco Central.
Fraga também não poupou críticas à forma como os bancos estaduais eram geridos. Segundo
ele, "os bancos (estaduais), infelizmente, por politizarem suas
ações, utilizaram recursos públicos valiosos".
"Tenho a certeza que é difícil
conduzir um banco sem politização, com politização é impossível", disse o presidente do BC, referindo-se aos problemas de saneamento dos bancos estaduais.
Na opinião de Gardenali, que
também é presidente da Asbace,
os bancos estaduais, muitos já
privatizados ou reestruturados, já
estão saneados.
"Vivemos uma nova realidade,
e as próprias exigências do BC
não permitem ingerências políticas", disse ele.
Fraga alertou que o BC está
acompanhado de perto os bancos, inclusive os oficiais. Como
exemplo, ele citou o Banco do
Brasil .
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