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INTEGRAÇÃO
Negociação faz parte da estratégia americana de ampliar influência na América Latina e isolar a posição brasileira na Alca
EUA e Colômbia negociam acordo bilateral
FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON
Dentro da estratégia de ampliar
o número de parceiros na América Latina, os EUA e a Colômbia
darão início formal a uma negociação comercial bilateral no dia
18 de maio.
O objetivo norte-americano é
incluir na mesma negociação a
possibilidade de acordos também
com o Equador e o Peru. Em uma
segunda etapa, a Bolívia seria chamada a participar do bloco.
Juntos, os quatro países absorvem US$ 7 bilhões das exportações norte-americanas e têm estoques de investimentos diretos dos
EUA no valor de US$ 4,5 bilhões.
Quando concretizados, os acordos deixarão praticamente isolados da influência dos EUA na região apenas os países integrantes
do Mercosul (Brasil, Argentina,
Paraguai e Uruguai).
Robert Zoellick, representante
de comércio dos EUA, afirma que
a disposição norte-americana é
aprovar o novo acordo com a Colômbia e demais países envolvidos nos primeiros dias de 2005.
O passo em direção à Colômbia
-anunciado em novembro passado ao Congresso e materializado ontem- faz parte da estratégia declarada dos EUA de buscar
o maior número de parceiros comerciais na região mesmo durante as negociações da Alca (Área de
Livre Comércio das Américas).
Os americanos fecharam recentemente um acordo com cinco
países da América Central e esperam, "com uma estratégia agressiva", segundo Zoellick, ampliar
sua influência na América Latina.
Com as negociações entre EUA
e Brasil -os principais mercados
da região- emperradas por discordâncias fundamentais entre os
dois países, os norte-americanos
esperam isolar cada vez mais a
posição brasileira na Alca.
No acordo previsto com Colômbia, deverão ser aceitas todas
as condições que os EUA tentam
impor para o Brasil na Alca, como
regras rígidas para investimentos,
propriedade intelectual e compras governamentais.
A posição brasileira sobre esses
pontos é negociá-los apenas se os
EUA concordarem em discutir o
fim de suas políticas de subsídios
agrícolas e de ações antidumping
que afetam as exportações de produtos do Brasil para o mercado
norte-americano.
Há um mês, em relatório de intenções para 2004 enviado à Casa
Branca, Zoellick afirmou que os
EUA deverão perseguir acordos
com "todos os países da região
dispostos a realizá-los".
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