São Paulo, quarta-feira, 24 de março de 2004

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MERCADO FINANCEIRO

Investidor estrangeiro tem realizado mais vendas do que compras de ações na Bolsa de SP neste mês

Bovespa acumula perda de 4,7% na semana

DA REPORTAGEM LOCAL

A notícia do aumento da aversão dos grandes investidores internacionais ao risco foi muito ruim especialmente para a Bovespa. Ontem a Bolsa voltou a cair e fechou com perdas de 2,11%.
Pelos últimos dados da Bovespa, as vendas de ações feitas com capital estrangeiro superam as compras em março (até o dia 18) em R$ 43,3 milhões. Desde maio de 2003 esse saldo não era negativo em um mês.
A participação dos estrangeiros na Bolsa de Valores de São Paulo tem sido muito importante, desde o ano passado, tanto para o incremento do giro diário quanto para a sustentação da tendência de alta do mercado.
Nos dois pregões desta semana, a Bovespa perdeu 4,7%. Ontem foram negociados R$ 959,5 milhões, volume bem abaixo à média diária registrada em fevereiro, de R$ 1,3 bilhão.
Na segunda-feira, o assassinato do líder Ahmed Yassin, fundador do grupo palestino Hamas, trouxe grande mal-estar ao mercado financeiro, com a volta do temor de novos atentados terroristas pelo mundo em represália ao ocorrido. Isso levou as Bolsas a cair em todo o mundo, e o risco-país dos emergentes subiu. Ontem o mercado se acalmou um pouco.
O risco-país brasileiro, após a expressiva alta de 4,7% registrada anteontem, ficou praticamente estável.
O mesmo aconteceu com o dólar. A moeda norte-americana teve pequena alta de 0,07% diante do real e encerrou as operações a R$ 2,915.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), as taxas dos contratos de juros voltaram a oscilar pouco. Esse segmento do mercado deve se agitar apenas amanhã, após a divulgação da ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária).

Explicações
A ata deve deixar um pouco mais claro para os investidores os motivos levados em consideração pelo Banco Central para reduzir a taxa básica de juros de 16,50% para 16,25% anuais.
O contrato DI com prazo de vencimento em maio -que melhor reflete as expetativas para o próximo encontro do Copom- fechou ontem com taxa de 15,89%. Essa taxa embute as apostas de que haverá nova redução da Selic em abril.
(FABRICIO VIEIRA)


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