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MERCADO FINANCEIRO
Investidor estrangeiro tem realizado mais vendas do que compras de ações na Bolsa de SP neste mês
Bovespa acumula perda de 4,7% na semana
DA REPORTAGEM LOCAL
A notícia do aumento da aversão dos grandes investidores internacionais ao risco foi muito
ruim especialmente para a Bovespa. Ontem a Bolsa voltou a cair e
fechou com perdas de 2,11%.
Pelos últimos dados da Bovespa, as vendas de ações feitas com
capital estrangeiro superam as
compras em março (até o dia 18)
em R$ 43,3 milhões. Desde maio
de 2003 esse saldo não era negativo em um mês.
A participação dos estrangeiros
na Bolsa de Valores de São Paulo
tem sido muito importante, desde
o ano passado, tanto para o incremento do giro diário quanto para
a sustentação da tendência de alta
do mercado.
Nos dois pregões desta semana,
a Bovespa perdeu 4,7%. Ontem
foram negociados R$ 959,5 milhões, volume bem abaixo à média diária registrada em fevereiro,
de R$ 1,3 bilhão.
Na segunda-feira, o assassinato
do líder Ahmed Yassin, fundador
do grupo palestino Hamas, trouxe grande mal-estar ao mercado
financeiro, com a volta do temor
de novos atentados terroristas pelo mundo em represália ao ocorrido. Isso levou as Bolsas a cair em
todo o mundo, e o risco-país dos
emergentes subiu. Ontem o mercado se acalmou um pouco.
O risco-país brasileiro, após a
expressiva alta de 4,7% registrada
anteontem, ficou praticamente
estável.
O mesmo aconteceu com o dólar. A moeda norte-americana teve pequena alta de 0,07% diante
do real e encerrou as operações a
R$ 2,915.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), as taxas dos contratos de juros voltaram a oscilar
pouco. Esse segmento do mercado deve se agitar apenas amanhã,
após a divulgação da ata da última
reunião do Copom (Comitê de
Política Monetária).
Explicações
A ata deve deixar um pouco
mais claro para os investidores os
motivos levados em consideração
pelo Banco Central para reduzir a
taxa básica de juros de 16,50% para 16,25% anuais.
O contrato DI com prazo de
vencimento em maio -que melhor reflete as expetativas para o
próximo encontro do Copom-
fechou ontem com taxa de
15,89%. Essa taxa embute as apostas de que haverá nova redução da
Selic em abril.
(FABRICIO VIEIRA)
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