São Paulo, sexta-feira, 24 de junho de 2005

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ECONOMIA GLOBAL

Aumento de fusões e aquisições estimula injeções de recursos, que atingem US$ 252 bi em 2004, diz OCDE

Investimento dos EUA no exterior é recorde

DA REUTERS

O investimento direto norte-americano no exterior atingiu o recorde de US$ 252 bilhões em 2004, estimulado por atividades cada vez mais intensas no setor de fusões e aquisições -que se recuperou, em termos gerais, no ano passado, e continua em alta em 2005, informou a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) ontem.
As tendências gerais do investimento marcaram um "retorno ao normal" entre os 30 países-membros da OCDE, quase todos os ricos e industrializados, com a saída de capital maior que a entrada.
O desembolso norte-americano na forma de investimento estrangeiro direto atingiu os US$ 252 bilhões, ante US$ 141 bilhões em 2003, enquanto os ingressos de capital subiram a US$ 107 bilhões, ante o nível historicamente baixo de US$ 67 bilhões, naquele mesmo ano, segundo a OCDE.
A América do Sul parece estar se recuperando da queda nos investimentos que aconteceu depois da crise na Argentina, segundo a OCDE. Houve aumento nos investimentos diretos no Brasil (US$ 18 bilhões em 2004), Argentina (US$ 4 bilhões) e Chile (US$ 8 bilhões).
As grandes empresas do Brasil e do México parecem estar investindo em integração regional para depois formar verdadeiras redes multinacionais, diz a OCDE.
França e a Alemanha registraram queda acentuada no ingresso de investimentos, que, segundo o relatório da OCDE, se deve em grande parte aos pagamentos de empréstimos intercompanhia, que resultaram em transferência de fundos ao exterior.
Sobre o aumento nos ingressos e nas saídas de capital dos EUA, a OCDE disse que os desdobramentos de 2004 refletem, em parte, a fraqueza do dólar, mas também dispêndios estimulados pelas empresas norte-americanas.
Cinco das maiores transações de fusão ou aquisição internacional do ano envolveram empresas americanas como compradoras, segundo o relatório, o que coloca em destaque uma ampla recuperação nas fusões e aquisições envolvendo empresas dos 30 países-membros da OCDE.
"Com base nas tendências atuais, tanto os ingressos como as saídas de capital de investimento nos países da OCDE devem crescer entre 10% e 15% em 2005, sugerem as estimativas da organização", segundo relatório do órgão.
Na França, os ingressos de capital de investimento caíram praticamente à metade, para US$ 24 bilhões, ante US$ 43 bilhões, enquanto na Alemanha os investidores na verdade retiraram US$ 39 bilhões do país, mais que compensando o influxo de US$ 27 bilhões registrado em 2003.
"Em termos de ingressos de capital de investimento estrangeiro direto, 2004 trouxe um "retorno à normalidade", no sentido de que os EUA reconquistaram seu papel como principal destino mundial para o investimento direto, como vinha sendo o caso pela maior parte das duas últimas décadas", afirmou a OCDE.
Reino Unido, Canadá e alguns países do continente europeu "se mantiveram firmes", de acordo com o estudo, e a situação do Japão apresentou pouca mudança.
Os fluxos de investimento para a região da OCDE foram os mais baixos em sete anos, com US$ 407 bilhões, mas continuam superando os resultados obtidos durante boa parte dos anos 1990.


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