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INFRA-ESTRUTURA
Consórcios liderados por Norberto Odebrecht e Andrade Gutierrez farão obra que ligará o Brasil a portos no Pacífico
Brasileiros construirão rodovia no Peru
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
Dois consórcios liderados pelas
empreiteiras brasileiras Norberto
Odebrecht e Andrade Gutierrez
venceram ontem a licitação para
construção e manutenção de três
trechos do Eixo Rodoviário Interoceânico Sul, no Peru. Elas disputaram as concessões com empresas da Suécia, do México, do
Peru e do Equador.
A estrada, de cerca de mil quilômetros de extensão, exigirá investimentos de US$ 810 milhões e ligará a cidade de Assis Brasil, no
Acre, a três portos peruanos no
Pacífico: San Juan, Maratani e Ilo,
no Peru. A obra será financiada
pelos governo peruano e brasileiro e pela Corporação Andina de
Fomento.
O governo brasileiro deve financiar 48% -US$ 420 milhões -
do valor da obra, por meio do
Programa de Financiamento às
Exportações (Proex). O financiamento está vinculado à exportação de produtos e serviços brasileiros ao Peru.
Os trechos licitados fazem parte
de um projeto mais ambicioso, do
Eixo Interoceânico, que cortará o
continente ligando os oceanos Pacífico e Atlântico e que totalizará
2.603 quilômetros.
O consórcio liderado pela Odebrecht -com 70% de participação- ficou com dois trechos da
parte peruana do Eixo Interoceânico. Ela tem como parceiras as
empresas peruanas Graña y Montero, JJC Contratistas Generales e
Ingenieros Civiles y Contratistas
Generales.
O consórcio irá construir 703
quilômetros de rodovias ligando
as cidades peruanas de Urcos a
Inambari e Inapari na divisa com
o Brasil. Segundo a Odebrecht, o
contrato exigirá investimentos de
US$ 550 milhões em obras nos
primeiros quatro anos. O prazo
da concessão é de 25 anos e inclui,
além da construção, a manutenção e a operação da rodovia, informou o diretor de exportação e
financiamento da empresa, André Amaro.
Este é o segundo negócio fechado neste mês pela Odebrecht no
Peru. No dia 17, consórcio formado pela empreiteira e pela Andrade Gutierrez e a peruana Graña y
Montero assinou contrato com o
Ministério dos Transportes e Comunicações do Peru para construção, reabilitação e manutenção
da estrada que liga o porto de Paifa, no Pacífico, ao porto de Yurimaguas, na Amazônia peruana.
A empresa atua no Peru há 26
anos, onde iniciou sua incursão
na área internacional, construindo a hidrelétrica de Charcani.
Além de rodovias, a Odebrecht
tem desenvolvido projetos na
área de saneamento. No segundo
semestre ela iniciará a construção
de um túnel na Cordilheira dos
Andes para fazer a transposição
de água que será usada para irrigação e geração de energia.
Intersur
O outro consórcio vencedor da
licitação, o Intersur, é composto
pelas empreiteiras brasileiras Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e
Camargo Corrêa. Ele será responsável pela construção de 306 quilômetros ligando as cidades peruanas de Inambari e Azangaro.
Procurada, a Andrade Gutierrez,
não se manifestou.
O Eixo Rodoviário é a maior
obra de asfaltamento da história
do Peru. O plano de ligar os oceanos Pacífico e Atlântico foi lançado em 2004 pelos presidentes do
Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e
do Peru, Alejandro Toledo. O objetivo será facilitar as exportações
entre os dois países.
Ontem, o presidente peruano
participou da abertura dos envelopes da licitação em cerimônia
realizada na cidade de Ilo."Não
estamos mais sonhando com integração", afirmou. Segundo Toledo, a nova rodovia deverá aumentar em 1,5 ponto percentual o
PIB do país.
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