São Paulo, quinta, 24 de julho de 1997.



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PESQUISA
Auditoria interna não detecta golpe de executivos

CLAUDIA GONÇALVES
da Reportagem Local

As auditorias internas das empresas nacionais ainda não estão preparadas para detectar fraudes que envolvem altos executivos e grandes somas de dinheiro, segundo pesquisa realizada pela GBE Peritos e Investigadores Contábeis.
Os dados levantados pela GBE mostram que 1,8% dos fraudadores são diretores e apenas 5,97% dos prejuízos causados estavam na faixa acima de R$ 1 milhão -números que vão contra a realidade apurada junto aos clientes da GBE.
"Nas investigações que somos contratados para fazer, a maioria envolve fraudes acima de R$ 1 milhão", diz Marcelo Alcides Carvalho Gomes, sócio-diretor da GBE.
Mas, segundo ele, as auditorias internas (nas quais a pesquisa se baseou) não conseguem detectar fraudes acima de R$ 100 mil -que geralmente são realizadas por gerentes ou executivos. Isso ocorre ou porque os auditores estão despreparados ou devido a uma questão hierárquica. Apenas 27% das empresas pesquisadas possuem auditoria interna.
O perfil do fraudador detectado pela pesquisa é o de um homem (83,3%), casado (67,2%), que tem entre 36 e 40 anos (52,4%), segundo grau completo (81,2%), trabalha em uma empresa do setor industrial (31,17%) e num cargo abaixo do de gerente (86,9%).
O principal tipo de fraude apurado é a apropriação indébita (43,48%) e a maior parte dos golpes (44,78%) atinge valores entre R$ 10 mil e R$ 100 mil.
A pesquisa se baseou em questionários enviados a 1.511 empresas -das quais 735 responderam e, dessas, 717 reportaram casos de fraudes.
Segundo Gomes, cerca de 6% do faturamento das empresas brasileiras (R$ 18 bilhões) é perdido em fraudes todos os anos.



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