São Paulo, quarta-feira, 24 de julho de 2002

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Empresas divulgam grande queda no lucro

DA REDAÇÃO

Em meio a um cenário de incredulidade extrema em relação aos balanços financeiros das empresas, o humor dos investidores norte-americanos foi ainda mais corroído ontem por uma bateria de péssimos resultados corporativos no segundo trimestre do ano. Para piorar, algumas empresas já informaram que esperam novas quedas nas vendas nos próximos meses.
"As preocupações sobre a contabilidade das corporações continuam, e o pânico está se disseminado agora para os grandes bancos, como o Citigroup e o JP Morgan", disse Joe Stocke, administrador de investimentos da StoneRidge Investment Partners.
Desde o seu pico, em março de 2000, o índice Standard & Poor's 500 (que lista as 500 maiores empresas do país) já caiu 47,7%. O tombo já equivale à queda de 48% registrada durante a grande retração do mercado acionário em 1973 e 1974.
As empresas de telecomunicações, que lideram as perdas acumuladas nos mercados acionários desde o início do ano, ofereceram mais más notícias ontem.
A AT&T, maior empresa de telecomunicações dos EUA, informou ontem que registrou um prejuízo de US$ 12,7 bilhões entre abril e junho, devido a uma depreciação dos ativos de suas unidades de fibra óptica e a uma queda de 6% em seu faturamento durante o período.
As ações da fabricante de chips Novellus Systems caíram 9,5% ontem depois que a empresa informou ter registrado uma queda de 80% nos lucros durante o segundo trimestre do ano.
A Lucent, que produz equipamentos de telecomunicações, disse que cortará mais 7.000 funcionários, depois de ter registrado perdas de US$ 7,9 bilhões no trimestre. As ações da empresa caíram 21%. Segundo o balanço, as vendas da Lucent recuaram 42% nos EUA e 52% em outros países.
O presidente da companhia, Pat Russo, reconheceu ontem que errou ao dizer que o fundo do poço tinha sido atingido seis meses atrás. "Como tantos outros, erramos. Os níveis de investimentos caíram ainda mais", disse.
A problemática companhia de energia texana Dynegy disse que seu faturamento neste ano será 40% menor do que o estimado anteriormente.
Como resultado, os papéis da empresa mergulharam 64% e atingiram seu menor valor, US$ 1,21. De acordo com analistas, a Dynegy poderá ficar sem acesso a novos financiamentos e enfrenta a possibilidade de insolvência.


Com agências internacionais


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