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RINDO PARA NÃO CHORAR
Como seu antecessor, presidente norte-americano é sucesso de público e fracasso de crítica
Bush é "clintonizado" enquanto o povo ri
SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK
A tendência foi pescada no ar
pelo colunista Howard Kurtz, do
jornal "The Washington Post": o
presidente George W. Bush está
sendo "clintonizado".
Como o democrata Bill Clinton, seu antecessor, Bush é sucesso de público (seus índices de
aprovação estão acima da média
histórica), mas virou fracasso de
crítica, liderada pela imprensa e
formadores de opinião.
O jornalista cita como argumento a última pesquisa do jornal "The New York Times" e da
emissora CBS. Segundo o levantamento, 66% dos entrevistados
crêem que Bush está mais interessado em proteger as grandes
empresas do que os dos americanos e 48% dos ouvidos acham
que ele está escondendo algo.
Mesmo assim, 70% das pessoas entrevistadas aprovam a
gestão Bush até agora. Se o povo
o continua aprovando, o mesmo
não se pode dizer dos formadores de opinião, num fenômeno
parecido com o ocorrido há seis
anos com Clinton, durante o escândalo Monica Lewinsky.
Assim, os "talk shows", que tomam o fim de noite de todas as
emissoras abertas dos EUA e são
um dos principais termômetros
do humor dos americanos, têm
dedicado boa parte de seu tempo em ridicularizar a onda de escândalos contábeis que atinge o
país e a maneira com que Bush
vem lidando com o problema.
"Como uma companhia telefônica como a WorldCom pode
perder dinheiro?", perguntou
em seu monólogo inicial Jay Leno. "É como um traficante declarar que está pedindo concordata durante um show de jazz..."
David Letterman, em uma de
suas listas "Top Ten", incluiu esse item como número 6 dos "fatos pouco conhecidos do ar-condicionado": "O vice-presidente Dick Cheney conduz muitos de seus crimes financeiros
em salas com ar-condicionado".
Quase simultaneamente vieram as correntes da internet.
Uma delas cria o termo "CEOnistas", um bando formado pelos 10 mil diretores-executivos
(CEOs, na sigla em inglês) de
grandes corporações que ainda
não foram pegos e que estão fugindo para o México, destruindo
tudo no caminho. Como reconhecê-los? "Eles declaram o dinheiro gasto nos saques de cidades como despesas de trabalho."
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