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CONTAS PÚBLICAS
Saldo de R$ 1,39 bi do Tesouro, BC e Previdência cai pelo 4º mês seguido e é o pior do ano em agosto
Superávit do governo sofre novo tombo
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As contas do governo central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social) apresentaram em agosto o pior resultado do ano e registraram um superávit primário (economia de despesas para pagamento de juros da
dívida) de R$ 1,39 bilhão.
O resultado ficou abaixo da economia alcançada no mês anterior
(R$ 1,938 bilhão) e representa o
quarto mês seguido de queda no
valor do superávit mensal. Além
disso, o resultado primário de
agosto deste ano ficou mais de R$
1 bilhão abaixo do valor apurado
em agosto do ano passado.
"Não é problema nenhum ser o
pior resultado do ano. Algum mês
vai ter que ser o pior", comentou
o secretário do Tesouro Nacional,
Eduardo Guardia. "O importante
é que estamos em linha com a trajetória estabelecida no decreto de
programação financeira do governo", acrescentou.
Em agosto, o Tesouro obteve superávit de R$ 2,8 bilhões, enquanto a Previdência e o BC fecharam o mês com saldo negativo de R$ 1,3 bilhão e R$ 77,5 milhões,
respectivamente.
Contenção de gastos
No ano, o governo central acumula superávit de R$ 23,528 bilhões, o que equivale a 2,82% do PIB (Produto Interno Bruto). Contribuiu para esse resultado a
contenção de gastos dos ministérios, que ainda não gastaram R$
1,5 bilhão em recursos liberados pelo Tesouro.
"Vamos supor que os ministérios gastem todo esse R$ 1,5 bilhão amanhã. Se isso acontecer, estaremos exatamente no nível previsto para agosto, que era obter superávit de R$ 22 bilhões", avaliou Guardia.
O acordo com o FMI (Fundo
Monetário Internacional) prevê
um superávit primário de 3,88%
do PIB neste ano para o setor público. Esse esforço fiscal deve ser
cumprido pelo governo central e
suas estatais, além de Estados e
municípios. Dos R$ 50,3 bilhões
de economia a ser feita neste ano,
R$ 30,7 bilhões virão do governo
federal e das suas estatais.
O secretário justificou o recuo
no superávit de agosto em relação
a julho com a queda de 12,4% na
arrecadação bruta do Tesouro (a
Receita recolheu R$ 1,9 bilhão a
menos do que em julho).
As receitas do IR das empresas e
da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) caíram R$
1,487 bilhão. Em julho, a arrecadação foi maior porque o fisco recolheu a cota única e a primeira parcela do IRPJ, além de ter arrecadado a mais com a CSLL.
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