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NOVOS INVESTIMENTOS
Três usinas para produção de placas de aço serão instaladas na região do porto de Itaqui até 2010
BNDES financiará projeto de US$ 11 bi no MA
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) financiará a instalação de
um megapólo siderúrgico no Maranhão, cujos investimentos totais serão de US$ 11,4 bilhões até
2010 (cerca de R$ 33,63 bilhões).
Três usinas para a produção de
placas de aço serão instaladas na
região do porto de Itaqui -cada
uma com capacidade para até 8
milhões de toneladas. A Vale do
Rio Doce, que assinou um acordo
com o governo do Estado, será sócia dos projetos, que terão o banco como acionista minoritário.
De acordo com o vice-presidente do BNDES, Darc Costa, há um
grande interesse de grupos estrangeiros em participar dos três
projetos. Já existem, diz, negociações com empresas coreanas, japonesas, chinesas, francesas e alemãs. Ele não revelou, porém, o
nome das companhias.
Disse que é objetivo do banco
que as usinas tenham uma predominância de capital nacional. Por
isso, o banco entrará como sócio
-ou sozinho ou junto com a Vale
num consórcio. Empresas brasileiras também já se interessaram
pelos projetos. A única que Costa
descartou foi a CSN, que, segundo
ele, quer investir, mas não em Itaqui. A companhia planeja montar
uma nova unidade na área do
porto de Sepetiba ou em Volta Redonda, também no Rio. Costa disse que os fundos de pensão também poderão entrar como parceiros nas usinas do Maranhão.
Quando estiverem operando
com plena capacidade, as usinas
ampliarão em 70% a produção
nacional de aço. Farão, com isso,
do Maranhão o principal produtor do país.
"O Brasil tem o melhor minério
de ferro do mundo. Tem ainda
outras vantagens comparativas
que devem ser aproveitadas", disse Costa, ao justificar o interesse
de tantos grupos pelo projeto.
Segundo ele, o maior entrave
era a falta de carvão (usado no
processo siderúrgico) no país. Esse problema foi solucionado graças a um acordo firmado com a
Venezuela, que recentemente
descobriu reservas de carvão.
Sobre a localização das usinas,
disse que o porto de Itaqui é estratégico, por sua proximidade com
os principais mercados do mundo e pelo fato de boa parte do minério brasileiro, exportado pela
Vale, ser escoado por lá.
A primeira fase do projeto deve
ser iniciada já em 2005, quando o
banco espera começar a liberar o
financiamento para a construção
das usinas. Serão feitas uma de cada vez. O tempo médio de construção é de três anos.
Num primeiro momento, cada
usina terá capacidade para produção de 4 milhões de toneladas
de placas (produto siderúrgico
básico, em geral, destinado à exportação). As plantas, porém, poderão ser duplicadas, passando a
produzir até 8 milhões de toneladas. Ao todo, as três unidades
acrescentarão 24 milhões de toneladas à produção siderúrgica brasileira, aumentando-a em 70%.
Hoje, a capacidade instalada é de
34 milhões de toneladas.
A idéia é destinar o total da produção às exportações, o que geraria divisas de cerca de US$ 9 bilhões ao ano para o Brasil.
"O presidente do BNDES estava
reclamando que não havia grandes projetos. Apresentamos o
maior de todos. Tivemos dele a
promessa de um apoio incondicional", disse o governador do
Maranhão, José Reinaldo Tavares
(PFL) após a reunião com o presidente do banco de fomento, Carlos Lessa, ontem.
Colaborou Sílvia Freire, da
Agência Folha
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