São Paulo, quarta-feira, 24 de outubro de 2001

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Petrobras conclui acordo com Repsol

ROGERIO WASSERMANN
DE BUENOS AIRES

O acordo para a troca de ativos entre a Petrobras e a hispano-argentina Repsol-YPF finalmente sairá do papel, 15 meses após seu anúncio, segundo afirmou ontem o presidente da companhia brasileira, Henri Philippe Reichstul. Pelo acordo, a Petrobras assumirá na Argentina 700 postos de gasolina da marca EG3, pertencente à Repsol-YPF, e uma refinaria na cidade de Bahía Blanca, na Província de Buenos Aires, com capacidade de produção de 30,5 mil barris por dia.
Em troca, a Repsol-YPF assumirá cerca de 300 postos da marca BR Distribuidora no Brasil e 30% da refinaria de Alberto Pasqualini, no Rio Grande do Sul, com capacidade de produção de 188 mil barris por dia. A transação é avaliada em US$ 1 bilhão.
Segundo Reichstul, a troca estará concretizada em no máximo 45 dias. O primeiro acordo assinado entre as duas empresas é de julho do ano passado.
Segundo uma reportagem publicada ontem pelo jornal "Clarín", uma das possíveis travas à troca seria o temor da Petrobras sobre uma futura desvalorização do peso. Isso traria prejuízos à empresa, porque os insumos são comprados por preços fixados em dólar no mercado internacional.
Segundo a reportagem, as duas empresas teriam acertado uma espécie de "seguro", segundo o qual a Repsol-YPF garantiria a venda à Petrobras de insumos com preços fixados em peso por um período de 60 dias, em caso de desvalorização.
A existência desse seguro foi negada ontem por Reichstul. Segundo ele, a concretização da troca atrasou "pela complexidade da operação", que dependia de aprovação pelas entidades regulatórias dos dois países.
Segundo o presidente da Petrobras Argentina, José Carlos Cosenza, a empresa vai manter inicialmente a marca EG3 ao lado da marca Petrobras nos postos que assumirá. A troca de ativos entre as duas empresas foi motivada pela obrigação, assumida pela espanhola Repsol, ao comprar a até então estatal argentina YPF, em 1993, de se desfazer de 11% de seus postos de gasolina e de uma parcela de 4% em suas participações no refino de petróleo.



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