São Paulo, domingo, 24 de outubro de 2004

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MUNDO ZEN

Após estágio na Índia, empresária cria centro para prática de ioga

Gerente troca banco por "spa" de R$ 5 mi

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Um emprego estável no mercado financeiro, com um salário alto e a perspectiva de uma carreira promissora. Isabela Fortes, 31, trocou tudo isso há cinco anos para ser professora de ioga, prática que aprendeu na Índia.
Ela, porém, não ficou muito tempo longe do mundo dos negócios: montou, com o amigo Marcos Wettreich, 40 (o mesmo que criou o prêmio e o provedor gratuito iBest), um megaempreendimento no Rio, destinado à prática de ioga, terapias alternativas e massagens.
Trata-se do Espaço Nirvana, localizado num dos endereços mais chiques do Rio de Janeiro, dentro do Jóquei Clube, na Gávea (zona sul). O lugar, já chamado de "spa" dentro da cidade, consumiu investimentos de R$ 5 milhões. A idéia é instalar uma filial no Rio de Janeiro e de quatro a cinco em São Paulo ainda em 2005, com um gasto adicional de cerca de R$ 10 milhões.
Também estão nos planos da dupla abrir franquias do restaurante de comida orgânica que funciona dentro do espaço, o "Orgânico". Também estão lançando uma linha de cosméticos naturais.
"Não sou praticante assíduo, estou fazendo ioga agora. Não sou especialista. Mas vi que havia uma boa oportunidade, que não é a tendência pela busca da ioga, mas pela busca do bem-estar."
Após morar num mosteiro na Índia, onde passou seis meses cortando legumes, faxinando e acordando às 3h30, Fortes diz que achou um jeito de conciliar uma vida tranqüila com a vida social.
Há cinco anos, Fortes era gerente do serviço de private banking internacional do banco Modal, depois de uma passagem rápida pelo Garantia. Largou tudo depois de uma viagem de férias com uma amiga, que queria ir a um mosteiro hindu nos EUA.
Lá, tomou contato com a ioga e a filosofia hindu. Nos últimos anos, vivia seis meses no Brasil trabalhando em ONGs e o mesmo tanto no mosteiro indiano.
Mas, mesmo se sentindo bem no mosteiro, faltava alguma coisa: "Queria fazer algo com mais significado". Foi então que voltou ao Brasil e reencontrou Wettreich, amigo de longa data.
Fortes conta que a reação do amigo foi de desconfiança: "Ele me conhecia antes. Sabia do meu trabalho no Modal. E ficava com aquela cara "o que deu nessa menina de jogar tudo para o alto'".
Mas, logo em seguida, Marcos Wettreich -também praticante de ioga e um empresário de sucesso- percebeu o potencial negócio da ioga e afins.
Empresário da área de tecnologia, Wettreich recentemente vendeu o iBest para a Brasil Telecom, mas ainda é diretor do provedor.
Para Fortes, ser empresária tem uma carga de estresse maior, mas compensa: "No início, ficava pensando: "Estou me prostituindo". Mas hoje, como empresária, estou vivendo o que falava para os meus alunos, para não se estressarem. É preciso meditar no caos da vida urbana."


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