São Paulo, domingo, 24 de outubro de 2004

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Desempenho do fundo inclui vários "micos"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A leitura do balanço da Previ revela ""micos" pendurados no patrimônio de R$ 58,44 bilhões.
Já estão provisionados, por exemplo, 86% dos R$ 730,13 milhões que investiu em títulos privados de renda fixa. É pouco se comparado ao patrimônio total, mas ainda assim um prejuízo de R$ 629,89 milhões.
Os investimentos da Previ incluem, por exemplo, papéis da Guaraniana e da Paranapanema. Na primeira, a Previ investiu R$ 2,57 bilhões, conforme dados publicados em balanços entre 1997 e 2003 e corrigidos pelo IGP-M até setembro deste ano. No mesmo período, a Guaraniana acumulou prejuízos de R$ 776,23 milhões.

Novo indexador
Apesar dos ""micos", em 2003 a Previ apresentou um superávit de R$ 4,05 bilhões, depois de dois anos de resultados negativos. Colaborou para superar o vermelho a opção do fundo por contabilizar suas participações nas empresas Guaraniana pelo critério de "valor econômico" do investimento (projeção do fluxo de caixa pelos próximos dez anos trazido a valores atuais) e não pelo "valor de mercado" (Bolsa) como é a praxe.
Em 2004, por conta de uma mudança no indexador usado para analisar a rentabilidade de seus investimentos já aprovada pela Secretaria de Previdência Complementar, será mais fácil para Previ chegar ao superávit.
O fundo usava o IGP-DI, mas, a partir de junho, valerá o INPC. Em ambos os casos, a rentabilidade mínima para efeito de cálculo de superávit ou déficit é o indexador mais 6% ao ano.
Entre 1997 e junho de 2004, o IGP-DI valorizou 134% e o INPC, 75%, uma diferença anual média de 33% de redução na exigência de rentabilidade.
Segundo o presidente do Conselho Deliberativo da Previ, Henrique Pizzolato, decidiu-se mudar o indexador porque o IGP-DI é muito vulnerável ao dólar.


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